Agricultores familiares querem mais recursos do BNDES

Rio de Janeiro – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve ampliar recursos de microcrédito para cooperativas rurais do Sul do país. O pedido foi feito nesta sexta-feira (13) pelo presidente da Cresol Central (Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária), Cláudio Risson, durante encontro com os diretores das Áreas de Inclusão Social e de Operações Indiretas do BNDES, Élvio Gaspar e Maurício Borges Lemos, respectivamente.

No mês passado, cerca de setenta integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a sede do BNDES no Rio de Janeiro como forma de exigir que o governo federal aumente crédito na agricultura familiar. A Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, grupo de organizações da sociedade civil, lançou uma campanha este ano para pedir que o BNDES invista mais na área social.

Hoje, Cláudio Risson afirmou que a meta é aumentar o volume de recursos disponibilizados pelo banco para a entidade que, desde maio de 2005 já atingiram cerca de R$ 45 milhões, atendendo mais de 40 mil agricultores familiares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. ?A gente quer estreitar e fortalecer ainda mais a parceria que o BNDES tem com as cooperativas de crédito?, disse Risson. A meta é, no mínimo, dobrar os financiamentos do banco, admitiu o presidente da Cresol.

Ele informou que um dos pleitos é para que o BNDES passe a operar o Pronaf Custeio, já visando a safra 2007/2008, que se inicia em junho próximo. Ele acredita que isso elevaria muito o número de operações que a central de cooperativas efetua com agentes financeiros.

Risson afirmou que até o momento, a Cresol opera o Pronaf Custeio com o Banco do Brasil e bancos privados.  Ele observou, porém, que já existe uma resolução do Conselho Monetário Nacional que autoriza o BNDES a atuar na área de custeio.

Somente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, o Sistema Cresol Central abrange 49 cooperativas de microcrédito e 27 Postos de Atendimento, com mais de 36 mil agricultores familiares associados.

O presidente da Cresol Central informou que o trabalho desenvolvido pelas cooperativas de crédito rural ultrapassa a lógica da mera concessão de recursos, procedendo ao acompanhamento da aplicação desse empréstimo e do controle social, e atingindo localidades onde, normalmente, o sistema financeiro não chega. ?Para tanto, a parceria com o BNDES é fundamental porque é o acesso, a porta de entrada para nós, de recursos financeiros para investimento, custeio, microcrédito?, esclareceu.

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