Agência reguladora monitora cidades atingidas pela cheia do Rio São Francisco

Dois especialistas em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA) estão monitorando, durante esta semana, as cidades atingidas pela cheia do Rio São Francisco com o objetivo de identificar pontos críticos de alagamento, principalmente a operação dos reservatórios da bacia hidrográfica. Os reservatórios podem ficar acima de sua capacidade em períodos de muita chuva.

O superintendente de Usos Múltiplos da ANA, Joaquim Gondim, destacou que a bacia do São Francisco tem sofrido com as cheias decorrentes das chuvas ocorridas, acima da média, desde o começo de janeiro e parte do mês de fevereiro, principalmente em Minas Gerais. Segundo o superintendente, as chuvas são armazenadas nos reservatórios das bacias e a partir de certo volume há a necessidade de abrir esses reservatórios para garantir a segurança das obras hídricas e controlar as inundações.

O superintendente Joaquim informou que a quantidade de água liberada pelo reservatório Sobradinho (BA) é de 6.000 metros cúbicos/segundo e o reservatório de Xingó, entre Alagoas e Sergipe, é de 6.300 metros cúbicos/segundo. Segundo ele, embora a vazão permitida para o controle de cheia seja 8000 metros cúbicos/segundo a quantidade água liberada atualmente já provoca inundação considerando a ocupação das margens do rio para turismo, lazer e para a construção residências ao longo do rio.

Joaquim Gondim salientou que os técnicos da ANA, com o auxilio da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) estão monitorando a região para avaliar que áreas são afetadas por essa vazão de 6000 metros cúbicos/segundo9, para que nos próximos períodos de chuva seja possível alertar as populações, com antecedência, sobre a liberação desse volume de água, facilitando a retirada dos moradores ribeirinhos.

De acordo com o superintendente, estão participando desse trabalho, além da ANA, a Chesf, a Defesa Civil dos estados e as prefeituras. Após o trabalho de monitoramento é que será possível, junto com a Defesa Civil dos Estados, identificar o número de pessoas e cidades atingidas pelas águas em todo o Vale do São Francisco. Segundo Joaquim, são mais de 2mil quilômetros de rio monitorados periodicamente ao longo do ano, seja na cheia ou na estiagem. A extensão da área que está sendo analisada esta semana pelos técnicos da ANA é de 800 quilômetros entre o reservatório de Sobradinho e a foz do rio.

Para o superintendente, a expectativa é identificar com clareza as principais áreas inundadas, quantificar as pessoas atingidas e preparar um plano adequado para novos eventos. E acrescentou: nosso trabalho é preventivo para os anos futuros, porque a cheia deste ano já está atingindo a população. O importante é saber previamente quantas pessoas serão atingidas por essa quantidade de água em situações futuras.

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