Aftosa no Paraguai deixa fiscais do Paraná em alerta

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) decretou estado de alerta máximo nas regiões de fronteira com o Paraguai (Guaíra e Foz do Iguaçu) em função da confirmação de um novo foco de febre aftosa na localidade de Poço Ondo, no Departamento de Boqueirón, próximo à fronteira com a Argentina e a Bolívia. O Ministério da Agricultura determinou a proibição do ingresso de animais suscetíveis à febre aftosa (bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos), seus produtos e subprodutos (como carne fresca, com osso, sem osso, couro) até que o problema sanitário esteja contornado no País vizinho.

Responsável pela fiscalização do trânsito internacional de animais, o Ministério da Agricultura determinou um reforço à fiscalização da vigilância sanitária na área de fronteira com o Paraguai. Apesar de ser responsável apenas pelo controle sanitário dentro do Estado, o Departamento de Defesa Agropecuária da Seab mobilizou o sistema de vigilância na região para dificultar eventuais tentativas de entrada do vírus no Brasil. “Estamos acionando unidades móveis de fiscalização que irão vistoriar as cargas de forma esporádica, usando o fator surpresa”, informou o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária, Felisberto Baptista.

“Estamos preparados para detectar a passagem de qualquer produto de origem não comprovada no nosso território, com condições de tomar as medidas cabíveis, de destruição e interdição”, salientou. Apesar do estado de alerta, Baptista diz que o Estado está tranqüilo em relação ao problema da aftosa no Paraguai. “Nessa hora é que se demonstra a importância de uma campanha de vacinação bem feita. Se porventura houver escape de vírus, vai encontrar um rebanho imunizado, sem chance de entrar”, considera. Na última campanha realizada no Paraná, em maio, 98,66% dos bovinos e bubalinos foram vacinados no período normal. “Os poucos casos que não tiveram comprovação estão sendo averiguados pelos técnicos no campo.”

Outro motivo para o Paraná não temer o risco de aftosa, conforme Baptista, é a localização do foco, na zona oriental do Paraguai. “Em linha reta, está há 440 quilômetros da nossa fronteira”, aponta o diretor da Seab. Além disso, o ingresso de carne paraguaia no Paraná é pouco expressivo. Com um rebanho de 9,8 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos, o Estado é considerado área livre de aftosa com vacinação. A próxima campanha ocorrerá em novembro.

Segunda vez

É a segunda vez que o Brasil adota o embargo à carne paraguaia. O primeiro foi no ano passado, com a constatação de um foco no departamento de Canindeyú, na fronteira com o Mato Grosso do Sul.

Desde setembro, estavam suspensas as compras de animais vivos suscetíveis à febre aftosa (bovinos, búfalos, suínos, ovelhas e caprinos), produtos e subprodutos de carne do Paraguai, mas gradativamente o Brasil retomou as importações de alguns itens. Com o surgimento do novo foco de aftosa no país vizinho, o Ministério da Agricultura voltou a suspender também a importação de carne maturada e desossada. Os ministros da Agricultura do Brasil, Roberto Rodrigues, e Paraguai, Dario Baungarten, teriam reunião ontem à tarde para tratar do assunto.

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