Aeroporto de Congonhas será fechado para reforma

Boa parte dos passageiros do Aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, pode se preparar para, ainda este ano, desembarcar em Cumbica, Guarulhos, e até em Viracopos, Campinas. Os detalhes ainda estão em discussão, mas segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), a pista principal de Congonhas vai passar por uma reforma completa, provavelmente a partir de julho, e deve ficar fechada durante, no mínimo, 60 dias.

A questão ainda vai ser discutida com as companhias aéreas na próxima quinta-feira, mas a Infraero sugere reduzir os 612 vôos diários pela metade. A reforma já estava prevista, mas foi antecipada por conta do incidente com o avião da BRA esta semana, que derrapou e quase caiu na Avenida Washington Luís.

Fontes no governo federal revelam que o ideal seria restringir as operações em Congonhas para vôos de até 90 minutos de duração. O fechamento da pista do aeroporto depende da conclusão das obras da segunda pista de Guarulhos, que devem ser entregues até o fim de maio.

Entre as primeiras medidas a serem propostas na reunião de quinta-feira está a transferência de todos os vôos fretados para Guarulhos. Num segundo momento, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai tentar transferir os vôos com destino ao Norte e Nordeste. A Infraero também gostaria de ver restrições a aviões de grande porte. As medidas enfrentarão forte resistência das companhias aéreas, que preferem voar de Congonhas.

Segundo o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, a reforma e o desvio dos aviões serão uma oportunidade de discutir o futuro de Congonhas, que tem capacidade para 12 milhões de passageiros por ano, mas recebe 16 milhões. "Por isso, uma parte da redução de vôos pode ser permanente." Zuanazzi negou que exista qualquer problema de segurança na pista principal de Congonhas, mas lembrou que ela foi construída nos anos 40 e precisa ser modernizada. Varig, TAM e Gol informaram que preferem esperar o resultado da reunião de quinta-feira antes de tomarem posição sobre a mudança.

Mas a simples menção da transferência de vôos para Cumbica ou Viracopos já desagrada a passageiros e a suas famílias. O analista de departamento pessoal Gilberto Freiria mora no Jabaquara e toda sexta-feira busca em Congonhas a mulher que está trabalhando em Porto Alegre. "Consigo chegar ao aeroporto em apenas 15 minutos. Se fosse em Guarulhos, levaria mais de uma hora e meia, com sorte."

Voltar ao topo