Advogados negam participação do CV em dia de medo no Rio

Os advogados de traficantes presos no Batalhão de Choque da Polícia Militar, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar; Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, e Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, negaram qualquer relação de seus clientes com o fechamento de escolas e do comércio hoje. Eles são da facção criminosa Comando Vermelho.

Circularam boatos de que a ordem havia partido de lá. A Secretaria da Segurança Pública do RJ anunciou que vai endurecer o tratamento dado aos traficantes e suspendeu temporariamente as visitas de advogados.

Lídio da Hora, que defende Beira-Mar, foi veemente. “Nem eu falo com o Fernandinho, desde a última quarta-feira. Ele não toma banho de sol e sequer os soldados do Batalhão conversam com ele”, disse. “Como ele poderia armar uma confusão dessas?”

Henrique Machado, que cuida de parte dos processos de Marcinho VP, tem o mesmo discurso. Ele alega que não vê seu cliente há oito dias, impedido pela Secretaria da Segurança do RJ. Paulo Cuzuol, que atende Elias Maluco, contou que esteve com ele, por 20 minutos, hoje e na sexta-feira, mas é a única pessoa que fala com ele. “Elias soube do fechamento por mim, mas eu ouvi a notícia pelo rádio”, afirmou. “E a coisa tem uma abrangência muito maior, não se restringe ao Complexo do Alemão.”

Na semana passada, os três advogados entraram com pedidos no Tribunal de Justiça para ver seus clientes diariamente, alegando ser direito constitucional. No fim de semana, a desembargadora de plantão, Helena Belc Kausner, negou o pedido dos representantes legais de Beira-Mar e de VP. O pedido relativo a Elias Maluco não havia sido examinado até o fim da tarde de hoje.

Ontem, a Secretaria da Segurança anunciou o que vai endurecer o tratamento dados aos traficantes presos no Batalhão de Choque: estão suspensas temporariamente as visitas de advogados.

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