Advogados de Suzane von Richthofen criticam prisão e Rede Globo

A prisão de Suzane von Richthofen deu o que falar hoje entre advogados. Muitos reclamam de violação de direitos por parte da Rede Globo e contestam a volta da jovem à prisão. Mesmo sem críticas diretas, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, Luiz Flávio Borges D?Urso, deu a entender que a prisão pode ser revogada.

Lembrando o princípio segundo o qual todos são inocentes até condenação definitiva, ele apresentou motivos que "em tese" podem levar à prisão preventiva: garantia da ordem pública, da aplicação da lei penal, conveniência da instrução. "Fora disso, não está na lei e dificilmente a prisão se sustenta."

Para o jurista Rui Celso Reali Fragoso, a prisão foi "desproporcional". "Não obstante a repulsa popular (contra Suzane), os fatos que ensejaram novo pedido de prisão não eram relevantes." Em sua opinião, é preciso repudiar também a violação da conversa entre advogado e cliente, equivalente, em sua opinião, à do médico com paciente ou do padre com o fiel. "Embora possa considerar discutível a orientação dada, acho inadmissível essa violação. E vejo o caso com preocupação, porque abre precedente perigosíssimo."

O tema foi também discutido no Conselho Superior da Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo. "A matéria da Globo foi sensacionalista e parcial, pois não deu direito de defesa aos advogados, limitando-se a jogar na lama nomes de profissionais de gabarito", disse o presidente, Ademar Gomes. Por isso, destacou, a Globo pode ser processada por danos morais e materiais por Suzane e advogados.

Emissora diz que apenas denunciou farsa

São Paulo (AE) – A Rede Globo informou hoje que gravou, sem notar, a conversa dos advogados com Suzane von Richthofen. E ao perceber que eles queriam usar a emissora como instrumento de uma farsa, decidiu denunciá-la. "A Globo está apenas ao lado da verdade. Se a entrevista era uma farsa, ela assim deveria ser mostrada. A ética jornalística nos impõe isso (…) Mesmo que não tivéssemos captado o áudio, diríamos o que a repórter presenciou: entrevista com choro sem lágrima, olhares de aprovação para advogados, cenas montadas."

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