“Advogado do diabo” do processo de beatificação de João Paulo promete objetividade

A causa de beatificação de João Paulo II será solenemente aberta amanhã (28), com o início da fase diocesana na Basílica de São João de Latrão, pelo vigário de Roma, cardeal Camillo Ruini.

O religioso que desempenhará o papel de "advogado do diabo" no processo disse hoje (27) que se manterá imparcial enquanto investigar qualquer possibilidade de dúvida sobre a santidade de João Paulo – mas deixou escapar seu apoio à causa.

Em uma entrevista à Associated Press, o reverendo Giuseppe D’Alonzo, promotor de Justiça da Diocese de Roma, disse não ser contra nem a favor à beatificação do antigo papa, que por muitos foi considerado santo antes mesmo de sua morte em 2 de abril.

"Não cabe a mim decidir", disse D’Alonzo, sentado em sua mesa com a foto de João Paulo II dependurada na parede atrás dele. "Tenho que me ater à verdade."

Mas quando indagado sobre sua opinião pessoal sobre os méritos de João Paulo II, ele respondeu: "Tenho a opinião das pessoas comuns, das pessoas simples, que todos nós vimos na Praça de São Pedro quando houve a missa do funeral".

D’Alonzo referia-se aparentemente aos gritos de "Santo já" ou "Santidade agora" que brotou das pessoas durante o funeral de João Paulo II em 8 de abril.

O clamor levou o novo papa, Bento XVI, a encurtar o período tradicional de cinco anos de espera e permitir que o processo para a beatificação do antigo pontífice fosse aberto imediatamente após sua morte.

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