O advogado do caseiro Francenildo Santos Costa, Wlicio Chaveiro Nascimento, afirma, no processo por danos morais movido contra a Caixa Econômica Federal, que o banco quebrou o sigilo de seu cliente para "amedrontar". Segundo o advogado, a Caixa teve também intenção de "induzir a opinião pública a uma falsa interpretação" de que Francenildo tinha créditos em sua conta bancária provenientes de propina de políticos da oposição ao atual governo.

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Wlicio Chaveiro Nascimento entrou hoje (17) com pedido de danos morais contra a Caixa Econômica Federal por causa da quebra do sigilo bancário de Francenildo Costa. O advogado informou que vai processar também a revista Época, que divulgou dados da movimentação bancária de seu cliente.

No parecer, Wlicio lembra que era obrigação da Caixa preservar o sigilo bancário de Francenildo, conforme assegura a Constituição Federal. Além disso, acrescentou o advogado, a Caixa remeteu um comunicado ao Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), que registra a movimentação de grandes quantias, para que o Banco Central começasse a investigar Francenildo por suposta lavagem de dinheiro.

De acordo com o advogado, o caseiro teve a honra e a dignidade feridas e deixou de ter residência fixa para escapar de jornalistas. O advogado diz ainda que Francenildo deixou de conviver com a mulher e o filho porque sua presença teria passado a representar "desconforto e ameaça" para os familiares.

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Para justificar o pedido de indenização no valor de R$ 17,5 milhões, o advogado afirma que a Caixa desrespeitou os direitos individuais do cliente e "lançou mão dos meios mais sórdidos para quebrar o seu sigilo bancário e repassá-lo a uma revista de grande circulação, bem como ter colocado o mesmo em situação de investigado por crime de lavagem de dinheiro. Uma ação voluntária, violenta; um erro inescusável que atingiu de maneira profunda e irreparável" a Francenildo.

Segundo Wlicio Nascimento, o valor da indenização pleiteada também está baseado no fato de que a condenação deve repercutir no patrimônio da empresa e, ainda, para evitar que outras práticas como essa se repitam.

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Francenildo Santos Costa acusou o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci, de freqüentar uma casa alugada em Brasília por ex-assessores seus na prefeitura de Ribeirão Preto. Na casa, seriam realizadas festas e haveria partilha de dinheiro. Posteriormente, o caseiro teve quebrado o sigilo de sua conta na Caixa Econômica Federal, subordinada ao Ministério da Fazenda.