Acusados de orgias em Campo Largo serão chamados para depor

A Secretaria de Estado da Segurança Pública, em parceria com o Ministério Público, continua investigando com rigor as denúncias sobre prostituição infantil envolvendo autoridades e empresários do município de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. Durante a manhã e tarde de hoje, policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) estiveram no Fórum de Campo Largo colhendo depoimentos referentes ao caso, junto com promotores da Promotoria de Investigação Criminal (PIC).

O próximo passo da investigação será apurar os nomes completos e endereços das pessoas citadas como organizadoras das festas para que elas sejam intimadas a depor. O delegado Marcus Michelotto, titular do Cope, ouviu oito depoimentos, cinco deles de adolescentes entre 15 e 17 anos e os outros três de mulheres maiores de idade.

Segundo o delegado, que foi especialmente designado pelo secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, para investigar o caso, as testemunhas ouvidas nesta quinta-feira confirmam que a organização das festas era feita por empresários da região com os seguintes nomes: Carlão, Osni, Marcelo e Jorginho.

“As testemunhas sabem apenas o primeiro nome desses organizadores. Vamos levantar os sobrenomes e endereços e eles devem ser os próximos a ser chamados”, disse. Michelotto informou ainda que todas as testemunhas ouvidas nesta quinta-feira confirmaram a existência das festas, mas nem todas assumiram que recebiam dinheiro para manter relações sexuais.

De acordo com o delegado, foram relatados casos de lesbianismo entre as adolescentes, strip-tease, sexo oral e relações sexuais em cima de uma mesa. “Tudo embalado com muita música, bebidas e tochas para iluminar a piscina próxima a uma das casas da chácara”, contou.

No local utilizado para a realização das orgias há duas casas, sendo uma delas com quartos e outra próxima à churrasqueira, onde as festas começavam. “Neste lugar, o cenário parecia ao de uma boate com luzes coloridas e gelo seco”, comentou Michelotto.

Denúncia

O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, determinou na última sexta-feira (25), logo após receber as denúncias das orgias em Campo Largo, o afastamento de um policial civil que estaria envolvido nas orgias. “O crime de prostituição infantil é abominável e será sempre combatido com prioridade total. O afastamento do policial é para que não haja dúvidas em relação às investigações”, disse.

No mesmo dia, os policiais do Cope e promotores da PIC iniciaram as investigações em Campo Largo e, até o momento, já ouviram 15 depoimentos de adolescentes que participavam das festas e de moradores da região.

Indignados com a descoberta das orgias, a comunidade do município se organizou no movimento “Piedade Campo Largo”. “Esperamos que as denúncias sejam apuradas com rigor e reconhecemos o empenho da Secretaria da Segurança Pública no trabalho de investigação policial”, afirmou o ex-deputado estadual Acir Mesadri, presidente do PMDB local e um dos organizadores do movimento “Existem pessoas poderosas envolvidas no caso e não queremos que as denúncias sejam esquecidas e fiquem na impunidade”, completou.

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