Acordo Mercosul-Golfo Pérsico pode aumentar comércio árabe-brasileiro

Brasília – A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) está satisfeita com o bom desempenho da corrente comercial entre o Brasil e os países da Liga Árabe, e a tendência é de maior crescimento com a aprovação, no início desta semana, dos ?termos de referência? para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), afirma o presidente da CCAB, Antonio Sarkis Jr.

Sarkis disse que, de janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras para os países árabes somaram US$ 4,53 bilhões, com aumento de 18,7% em relação a igual período do ano passado; enquanto as importações brasileiras daqueles países chegaram a US$ 4,07 bilhões, com expansão de 3,4% na mesma base de comparação. Segundo ele, o desempenho da balança comercial está dentro do esperado, uma vez que a CCAB estima crescimento de 20% no ano.

O Conselho de Cooperação do Golfo é parte do universo árabe, composto apenas pela Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos e Omã. Esses países, sozinhos, importam em torno de US$ 200 bilhões por ano, e uma fatia considerável disso pode vir para o Mercosul, com o Brasil à frente, uma vez que as economias dos dois blocos não concorrem entre si. Ao contrário, elas se complementam, porque vendem produtos diferentes, segundo Sarkis Jr.

O Ministério das Relações Exteriores liberou informação na última quarta-feira (11) de que o acordo de livre comércio vai cobrir principalmente bens, serviços e investimentos, com desonerações de quase 100% nas tarifas, excetuando-se os produtos com importação proibida por aqueles países. A redução tarifária oconrrerá de forma gradativa, ao longo de quatro anos para a maior parte do comércio bilateral.

Os termos de referência do acordo foram aprovados em reunião realizada em Riad, capital da Arábia Saudita, nos últimos dias 9 e 10, depois de um ano e meio de tratativas, iniciadas em maio do ano passado, em Brasília, por ocasião da Cúpula América do Sul?Países Árabes. O assunto só voltou a ser discutido seis meses depois, na Arábia Saudita.

Em dezembro do ano passado, o Diário Oficial da União publicou circular informando a abertura de rodadas negociadoras e solicitando aos setores produtivos brasileiros interessados a inclusão de produtos na lista de pedidos para obtenção de preferências com desgravação imediata, visando a troca de lista com o CCG. Ao longo deste ano as negociações se intensificaram, e nova rodada está marcada para 15 de novembro, também em Riad.

Com a efetivação do acordo de livre comércio Mercosul-CCG, os exportadores brasileiros terão acesso, com isenção de tarifa, a mercado diversificado e em rápida expansão, com espaço para venda de cereais, granito, automóveis, aviões e instrumentos eletrônicos, dentre outros. As empresas de serviços também terão facilidades para participar de grandes obras de engenharia naqueles países, ao mesmo tempo em que poderão investir em programas brasileiros de manufaturas, energia, mineração e agricultura.

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