Terminou o depoimento de mais de três horas de Daniel Cravinhos, ex-namorado de Suzane Von Richthofen e assassino confesso de Manfred e Marísia Von Richthofen, em 2002. Ele deu detalhes de seu relacionamento com Suzane, do relacionamento dela com os pais e do crime, dizendo que era muito inexperiente e se envergonha do que fez.
Daniel negou que tivesse interesse na herança de Manfred e Marísia. Ele ressaltou que sempre trabalhou, desde os 14 anos de idade, e que no seu último emprego ganhava R$ 2,5 mil. Segundo ele, o objetivo de matar os pais de Suzane era cumprir uma ordem dela mesma, por causa dos maus-tratos e abusos cometidos pelo pai.
O depoente disse que Suzane Von Richthofen tinha inicialmente o plano de matar os pais sozinha, mas depois pediu a ajuda dele. Ele também contou que presenciou várias brigas entre o casal e a ex-namorada. Segundo Cravinhos, Andreas, o irmão de Suzane, não sabia em nenhum momento do plano dos três.
Daniel se recusou a responder, sob orientação de seu advogado, Geraldo Jabur, a maioria das perguntas feitas pelo advogado da defesa de Suzane, Mauro Nacif, sendo a maioria delas sobre o namoro dos dois. Nacif insistiu em perguntas sobre o uso de drogas e o relacionamento sexual de Suzane e Daniel.
Quando a defesa de Daniel teve a palavra, a advogada Gislaine Jabur repetiu algumas das perguntas feitas pela defesa de Suzane com o objetivo de esclarecer alguns pontos, como a questão das drogas. Daniel então revelou que Suzane já fumava maconha antes de conhecê-lo e negou que tenha lhe dado cola ou ecstasy.
Mentira
Mário Sérgio de Oliveira, um dos advogados de Suzane Von Richthofen, afirmou que a declaração de Daniel – de que apenas ele participou do assassinato do casal – é uma estratégia da defesa dos irmãos. "É uma estratégia para que um seja condenado e o outro não. Ele pode falar o que ele quiser. Ele pode mentir à vontade porque ficou claro durante o interrogatório que ele mentiu", afirmou o advogado.
Sobre a afirmação de Daniel de que Suzane Von Richthofen já usava drogas antes começarem o namoro, Mário Sérgio de Oliveira disse que acha ‘estranho’. "Antes de conhecer o Daniel, ela tinha 13 ou 14 anos e ele já tinha 18 ou 19. Veja a probabilidade de quem deveria ter conhecido a droga primeiro.
O advogado também rebateu a afirmação de que Suzane demonstrava a intenção de matar os pais desde o primeiro ano de namoro, porque Manfred maltratava a filha e abusava dela sexualmente. "Acho que é mais uma tese para tentar justificar um ato bárbaro que ele teve.
A expectativa é de que o próximo a depor seja Christian Cravinhos e, em seguida, Suzane Von Richthofen.