A y o u b A h m a d A y o u b

Do Vale do Bekaa, lá no velho Líbano, ele veio ao Vale do Iguaçu, para ficar entre nós, aqui no porto.

Como todo bom emigrante enfrentou corajosamente uma vida de duro e dedicado trabalho. Exigente, sobretudo com ele próprio, sempre num caminho reto, vitorioso em União da Vitória, alcançou seus objetivos e ideais.

Quem de nós nunca foi à Casa 2 Irmãos, quem ainda não teve provas da sincera e leal amizade que irradia a família Ayoub?

Sim, Ayoub Ahmad Ayoub galgou ao seu merecido lugar de respeitável e benquisto comerciante.

Porém, realizou muito mais do que isto. Lado a lado com sua esposa, a nossa querida e saudosa “mama” Dibe, formou e nos legou esta exemplar família.

No outono da sua vida, em seu canto, seu posto tradicional, à entrada da primeira porta da loja, lá estava ainda ele. Sempre presente, sempre atento, tudo observando. Agora já como um maestro realizado, que impecavelmente orquestrou seus músicos, talentosos, e que podia, pois, descansar a batuta.

Mas presente em seu posto, atento observando, isto ele estava sempre.

Ele foi uma das colunas de Baalbek que veio para nós.

Quando eu ainda estava no porto, tinha-se tornado para mim uma tradição quase diária passar na Casa 2 Irmãos.

Longas conversas mantínhamos com os irmãos Ayoub. E o nosso estimado “papai” árabe não podia faltar na roda.Tinha ele a sentença ou o provérbio sempre certeiro para cada momento e para cada estado de espírito. Traduziu e ensinou-me muitos pensamentos árabes, originais e profundos como o próprio Oriente, os quais eu guardo em meu espírito com carinho e respeito.

Inabalável, igual as colunas de Baalbek, lá no seu vale do Bekaa natal, Ayoub Ahmad Ayoub aqui também foi uma coluna que não tremia ante os embates do destino.

E agora ele se foi. O nosso Porto Molhado/União das Águas ficou mais vazio e pobre.

Tristes, sim, mas gratos e orgulhosos estamos também. Por termos tido o privilégio da dedicada e leal amizade de Ayoub Ahmad Ayoub.

Pesados e dolorosos serão os meus passos, quando da próxima vez eu entrar na Casa 2 Irmãos.

Não mais poderei abraçar o nosso “papai” árabe.

Mas, ao mesmo tempo, o brilhar da luz de uma inabalável certeza, igual à luz do Sol, que a cada manhã de novo lá no Oriente nasce, me conforta: presente entre nós, em espírito, ele sempre estará, o nosso A y o u b A h m a d A y o u b

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