Ele voltou. Após um período de reclusão, o governador do Estado retomou a sua metralhadora giratória durante a Escola de Governo, a popular ?escolinha? das terças-feiras. Não sobrou para ninguém. Na cantilena já conhecida, o mandatário do Palácio das Araucárias reclamou do seu partido, o PMDB, do Ministério Público (MP), da imprensa, da Justiça, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até da sociedade local.
Mas, como sempre, a verborragia do governador é inconseqüente. Reclamar da Justiça, do Ministério Público e da imprensa é fácil, ainda mais quando as decisões e notícias não lhe são favoráveis. Só que, quando a Justiça, o MP e a mídia iam ao encontro de seus interesses, o governador do Estado nunca reclamava. Agir assim tem tanta credibilidade quanto o filho que reclama da mãe quando ela não lhe dá um doce. É birra pura.
Afirma o mandatário, com voz de trovão, que pode ser multado por quanto dinheiro que for que ele não vai se ?dobrar?. Mas se dobrar a quem, governador Roberto Requião? Quem são essas forças tão poderosas que, sem terem mais o que fazer, atacam-lhe? Ou será que não é uma preocupação para possíveis desvios que possam ter acontecido?
O governador diz que está se tentando ?silenciar o processo democrático?. Ora, quem é que afirma aos seus próximos que quer acabar com jornais, rádios e emissoras de TV? Quem ajuda apenas os amigos ou, melhor dizendo, os bajuladores – para que, se possível, seus ?adversários? (quem?) sejam prejudicados?
Comparar a situação da TV Paraná Educativa com a Radiobras é algo risível. Ao contrário do que existe por aqui, a empresa de comunicação do governo federal não sofre ingerências de políticos, graças à força do ministro da Comunicação Social Franklin Martins. E enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem seis minutos semanais repetindo, apenas seis minutos – para falar sobre projetos do governo, o governador do Estado quer ter 24 horas por dia para contar vantagem, atacar quem não o bajula e irritar, com sua verborragia inconsistente, o povo paranaense.