Wim Wenders mostra seu retrato do blues em Cannes

O cineasta alemão Wim Wenders, que encontrou nova forma de inspiração em filmes musicais como “Buena Vista Social Club”, que voltaram a impulsionar sua carreira, dirigiu um dos sete filmes que compõem uma série dedicada ao blues.

Nascido de uma idéia de Clint Eastwood desenvolvida por Martin Scorsese (cada um deles dirigiu um episódio da série), “The blues” é exibido pela primeira vez na Europa (no último Festival de Sundance foram apresentados três dos sete episódios), com “The soul of a man”, que Wenders dedica a três de seus cantores de blues favoritos: Blind Willie Johnson, Skip James e J.B. Lenoir.

Seguindo os destinos dessas três figuras, condenadas à pobreza, ao esquecimento e ao reconhecimento tardio, Wenders utiliza, para interpretar os dois primeiros, atores, e para J.B. Lenoir, um documentário inédito de um casal de cineastas suecos. Dessa forma, compõe um filme de uma hora e meia em que se alternam versões originais com releituras modernas (entre outros, de Lou Reed, Los Lobos, Nick Cave, Lucinda Williams e Cassandra Wilson).

Wenders faz com que sua particular história do blues seja narrada pelo próprio Blind Willie Johnson (a voz é de Laurence Fishburne), que viaja com um de seus temas na nave espacial Voyager, lançada em 1993. A nave está agora no limite de nosso Sistema Solar, ainda buscando os extraterrestres que queiram saber qual a música que se compunha e se escutava há algum tempo em nosso planeta.

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