Nicholas Petricca não se leva tão a sério. O vocalista e líder da banda Walk The Moon se diverte com a ideia de que qualquer um que procurar o clipe do hit do grupo, Shut Up and Dance, no YouTube, verá que ele talvez seja um dos piores dançarinos da história dos videoclipes musicais. Ele ri. “Sim, todos aqueles passos de dança são meus”, disse o músico ao telefone, diretamente de Denver, em meio a turnê interminável do álbum Talking Is Hard, iniciada em 2014.

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Contudo, o disco, o segundo da carreira de Petricca e companhia lançado por uma grande gravadora (RCA Records, da Sony Music), ainda parece ter força para manter o grupo em turnê por mais tempo. Muito disso, é claro, se deve ao sucesso estrondoso do single Shut Up And Dance.

O hit, um encontro inusitado de uma guitarra influenciada pelo suingue da mão direita de Edge, do U2, com o pop extravagante de um One Direction genérico, é daquelas canções que, inexplicavelmente, são capazes de colocar para dançar o mais introvertido a cada nova audição. A música ficou entre as dez mais pedidas nas rádios dos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Áustria e Canadá, e impulsiona com força o Walk on The Moon para frente.

Não é por acaso que o clipe esteja próximo de ultrapassar as 77 milhões de visualizações no YouTube. Além de uma faixa chiclete, o vídeo ganhou alguns fãs pelo bom humor – e pela falta de habilidade de Petricca em mostrar desenvoltura na pista de dança. O sucesso foi tamanho que o clipe foi indicado no VMA (premiação da MTV norte-americana) na categoria de melhor vídeo de rock.

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“Eu aprendi a lidar com a minha falta de qualidade como dançarino, eu acho”, brinca ele. O jovem músico, que fundou a banda em 2008, em Cincinnati, nos Estados Unidos, era famoso nas boates da cidade por exibir movimentos pouco usuais nas pistas. “Meus pais, quando querem me envergonhar, mostram um vídeo meu de quando tinha 5 anos. Eu fui até o centro da pista de dança do casamento de um primo e comecei a dançar. Não sei dizer se melhor ou pior do que em Shut Up And Dance.”

A música foi composta baseada em uma história real, conta Petricca. Na canção, o rapaz encontra a garota perfeita e não sabe o que dizer. Ela, então, diz para que ele fique calado e apenas dance com ela. “Sempre cresci com esse medo de conversar com garotas.”

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O Walk The Moon segue fazendo shows pelos Estados Unidos até o fim de 2014 e a banda continuará na estrada ao longo do próximo ano. O Brasil está nos planos do grupo e eles devem chegar por aqui no primeiro semestre de 2016 – possivelmente no Lollapalooza -, conforme apurou o jornal O Estado de S.Paulo.

“Aprendi algumas palavras em português”, conta o músico. Durante a passagem do Walk The Moon por Portugal, alguns anos atrás, o vocalista descobriu palavras básicas como “obrigado” e “por favor” – e as repete durante as entrevistas com jornalistas brasileiros sempre que possível.

O novo disco já começou a ser feito, mas a banda não pretende passar muito tempo distante da estrada. “Compomos muito durante as turnês. Se pudermos, vamos continuar em turnê para o resto das nossas vidas. Temos algumas músicas já começadas. Gravamos e criamos sempre que possível.”

A banda ainda considera Cincinnati como base, mas os integrantes – Petricca, Kevin Ray (baixo), Sean Waugaman (bateria) e Eli Maiman (bateria) – já estão espalhados pelos Estados Unidos. Petricca, por exemplo, decidiu se mudar para Los Angeles, onde, aliás, foi gravado Talking Is Hard, o álbum que mudou o jogo do Walk The Moon. “Montei essa banda sozinho e sempre fui bastante ambicioso. Um pouco louco, talvez. Desde o início, eu tinha a ideia de que criaria a maior banda do mundo, mesmo quando éramos uns amigos na garagem.”