Vintage Trouble ‘nada’ sobre a plateia do Lollapalooza 2016

O Vintage Trouble virou o jogo a seu favor com dez ou quinze minutos de show. Eles não tinham o público na palma das mãos quando iniciaram, era visível que a plateia estava mais de passagem por ali, mas nada parecia resistir à força do vocalista Ty Taylor a partir da terceira ou quarta música.

Em um momento incendiário, Taylor desceu à plateia, seguiu pelo corredor do centro, subiu na grade e, enquanto cantava Run Baby Run, um blues rock avassalador, se lançou sobre os braços erguidos e “nadou” sobre eles de volta para o palco. Foi um delírio.

Os californianos separaram um repertório concentrado com muitos momentos de picos. Seu visual condizente com a proposta nostálgica de uma soul music setentista fazia o trio (baixo, bateria e guitarra) tocarem de terno, colete e gravata mesmo sob o sol que abatia o palco Axe neste momento. Ty Taylor lembra sim James Brown, mas tenta trazer mais do que os passes de dança e os berros entre as músicas. Eles fazem rock e blues em altas temperaturas. Total Strangers, o hit de 2012; Angel City California; e Pelvis Pusher levam a plateia em segundos. A rara balada Nobody Told Me é um refresco rápido e generoso.

Uma estratégia se repete em todas as músicas. Assim que elas terminam, voltam lentamente ganhando a parada pela insistência. Um grande show, e o Vintage Trouble deixa certamente novos fãs no Brasil.

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