Vincent D’Onofrio dá vida ao ‘Rei do Crime’ em novo seriado

Diante de uma plateia ansiosa na Comic-Con de Nova York, Wilson Fisk surge na tela grande, de costas para a câmera, diante de um quadro em branco. O corpanzil dos quadrinhos é emulado por um também grandalhão Vincent D’Onofrio (Law & Order: Criminal Intent e Homens de Preto).

Questionado pela galerista sobre o que sentia pela obra diante dele, Fisk diz: “Eu me sinto solitário”.

Conhecido como Rei do Crime de Nova York nos quadrinhos, o personagem é o arqui-inimigo do protagonista em Demolidor, a série baseada no personagem das HQs de mesmo nome, produzida pela Netflix. Fisk passa longe, contudo, do estereótipo vilanesco. O jornal O Estado de S. Paulo mostra, com exclusividade, a primeira imagem do ator como Fisk de frente para a câmera (ao lado), e ainda teve a oportunidade de entrevistar D’Onofrio, ao lado de outros veículos de imprensa da América Latina.

O ator buscou desviar de possíveis revelações sobre o futuro do personagem, que poderá ser conhecido no dia 10 de abril, quando os 13 episódios do seriado serão colocados à disposição dos assinantes do serviço de streaming. A personalidade de Fisk, contudo, já ganhou os primeiros contornos desde o vídeo exibido na Comic-Con e nos primeiros quatro episódios da série – revelados durante sua entrevista na última semana. Neles, o codinome Rei do Crime ainda não é utilizado. Fisk prefere caminhar às sombras, evitando até que o seu nome seja citado. “Os criadores da série (Steven S. DeKnight, Drew Goddard e Jeph Loeb), desenvolveram esse ambiente no qual o meu personagem surge aos poucos, para mostrar a sua origem”, explicou D’Onofrio. “Ele é uma pessoa muito reservada, obrigado a sair das sombras pelo o que ele acha importante. É o que eu posso dizer.”

Os quadrinhos – principalmente quando o Demolidor foi escrito pelo genial Frank Miller, nos anos 1980 -, contudo, são fonte de inspiração primária para o Fisk de D’Onofrio e para a série gerida por Steven S. DeKnight (de Spartacus). “Procurei me apoiar em tudo, busquei as histórias de Fisk, mas sempre tem alguém que pergunta: ‘Você viu isso ou aquilo?’ As informações chegam a todos os momentos, mesmo que eu tenho lido a maior parte das histórias em quadrinhos.”

Em Demolidor, Charlie Cox (Stardust: O Mistério da Estrela) interpreta o herói cego na infância, que desenvolveu os outros sentidos, principalmente a audição, capaz de criar um sistema próprio de ecolocalização. A série é o primeiro passo de uma parceria da Netflix com a editora de quadrinhos Marvel, cujos planos envolvem personagens como Jessica Jones, Punho de Ferro e Luke Cage.

O Demolidor da série foge da resplandecência do filme estrelado por Ben Affleck e se aproxima de uma realidade crua de Hell’s Kitchen, perigoso bairro de Nova York. Socos e pontapés doem como se fossem reais, nada de excesso de coreografias espalhafatosas. Acima de tudo, o personagem de Cox e de D’Onofrio parecem ter o mesmo objetivo, limpar e fazer o bairro no qual cresceram evoluir – mas com maneiras muito distintas para fazê-lo, embora ambos abusem da violência.

A história de Fisk, contudo, não se concentra na vida de mafioso sorrateiro, como o ator explicou. “O personagem é mais real do que nos quadrinhos, é uma pessoa real. Às vezes, vulnerável, em outras, não. É um personagem que não estava procurando pelo amor, mas acabou encontrando algo inexplicável”, diz ele, em referência à personagem Vanessa Marianna (interpretada por Ayelet Zurer), esposa do personagem nas Hqs.

Diferentemente do Demolidor, conhecido como Homem sem Medo, Fisk teme, mas isso o deixa mais forte, avaliou o ator. “É como o medo de atravessar uma porta pegando fogo para salvar algo que lhe é importante do outro lado. Se quiser muito, a dor é suportável.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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