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Velozes e Furiosos, a série cada vez mais futurista e distópica

Vin Diesel foi homenageado pelo Facebook no ano passado ao ultrapassar 100 milhões de seguidores. O cara virou uma instituição. Triplo X, Toretto. Você podia achar que a série Velozes e Furiosos ia morrer com Paul Walker. O sucesso está sendo maior ainda, e cada vez mais em ritmo de ficção científica. Vale lembrar – quando esteve no Brasil, em 2013, para promover o lançamento de Velozes e Furiosos 6, o diretor Justin Lin conversou com o repórter sobre… Stanley Kubrick. O que o autor de clássicos como 2001, Uma Odisseia no Espaço e A Laranja Mecânica tem a ver com o universo dos rachas da série Fast and Furious? Nada, e tudo. O mundo de Kubrick como o de Toretto é distópico, e nele o personagem de Vin Diesel tenta introduzir uma noção de ordem baseada na família, não necessariamente a de sangue.

Velozes e Furiosos virou um fenômeno planetário. A série criada por Rob Coen em torno aos personagens de Vin Diesel/Toretto e Paul Walker/Brian foi reformulada por Lin, e o 6 fez grande sucesso. O 7, impulsionado pela morte de Paul Walker, causou comoção – e Lin, que foi dirigir Star Trek, foi substituído por James Wan. Para o oitavo filme, já sem Walker – mas há (mais uma) homenagem a Brian -, a direção foi para o afro-americano F. Gary Gray, testado na direção de videoclipes de Ice Cube, Queen Latifah, Dr. Dre e Jay-Z.

O mundo de Toretto está mais futurista que nunca. Lembram-se dos primeiros filmes de James Bond, com seus satélites, foguetes, armas nucleares? Velozes e Furiosos 8 começa em Havana, com um racha em que Toretto precisa improvisar para vencer o bambambã local. Ainda em Havana, ele é cooptado – intimado – a colaborar com a hacker Charlize Theron. Toretto renega a família afetiva e passa a ser caçado – pelo agente Kurt Russell e o oficial a cargo da operação, interpretado pelo filho de Clint. Scott Eastwood toma um corretivo antes de ser aceito pelo grupo, formado por toda aquela turma que você conhece – Michelle Rodriguez, Dwayne Johnson, Jason Statham, Tyrese Gibson, Ludacris e a vilã Charlize.

Com o codinome Cypher, ela domina as ferramentas da internet para dominar o mundo, mas age racionalmente e sua loucura tem um nome – que ela chama ‘responsabilidade’. É um discurso apropriado para a nova era Trump, embora o mundo fosse outro quando Diesel e Gary Gray começaram a fazer o filme que agora estreia em 1.400 salas do Brasil – um dos maiores lançamentos da história do cinema no País.

Basicamente, Toretto segue sendo um homem de família, mas o laço de sangue nunca foi tão íntimo, com direito a… Olha o spoiler. Prepare-se para explosões, chuvas de carros sobre Nova York, perseguição entre carros e submarino nuclear. Vale tudo nesse admirável, mas não tão admirável mundo de vilões internautas. A cena inicial define o filme, com seu elogio ao espírito cubano, mas também as gostosas que vão irritar as feministas de plantão. A melhor cena, e só ela vale o filme, envolve Helen Mirren e Jason Statham. É um regalo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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