Serra do mar

Vagão com varanda e visual incrível começa a circular entre Curitiba e Morretes

Visual da estrada de ferro Curitiba/Morretes. Foto: Divulgação

A partir de março será possível descer ou subir a Serra do Mar de trem com uma experiência antes desconhecida: cabelos ao vento e uma varanda panorâmica de seis metros. Esta é a proposta do novo vagão da linha luxo, da Serra Verde Express, batizado de “Barão do Serro Azul”.

O trajeto de Curitiba a Morretes, no litoral do Estado é considerado um dos mais bonitos do mundo pelo “The Wall Street Journal”, dura aproximadamente quatro horas e pode se estender um pouco mais, dependendo de paradas em meio à ferrovia; pois o caminho feito pelo vagão é o mesmo de outros trens de carga. Uma boa dica é a de pegar o trem depois do almoço, para ver o pôr do sol.

A ferrovia está localizada no coração da Mata Atlântica e conta com paisagens de tirar o fôlego. No caminho estão 13 túneis, a cadeia de montanhas do Marumbi (cartão postal do estado que atinge 1.539 metros de altitude) e várias quedas d’água: incluindo o Véu da Noiva, com 80 metros de altura. Durante o passeio, um guia bilíngue (inglês/português) estará a bordo contando a história do estado e dos trilhos.

Durante o trajeto de Curitiba a Morretes, para ver de perto as principais atrações, o melhor é sentar do lado esquerdo do trem. Na volta para a capital paranaense a melhor opção é o lado direito. Como a viagem é longa, o recomendado é comprar um trecho de trem e o outro de ônibus – que é mais rápido e mais barato.

Logo na chegada, os passageiros são servidos com um espumante de boas-vindas. Outras bebidas como café, chá, suco, água, refrigerante e cerveja também estão inclusos no pacote. Ao fim do passeio, é servido um lanche com croissant e frios.  Os preços são de R$ 235 para adultos e R$ 145 para crianças.

O vagão

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Ilustração de como será o vagão. Foto: Divulgação

Assinado pela arquiteta Lucille Amaral, o projeto retrofit foi inteiramente desenvolvido com materiais sustentáveis e madeira certificada. O vagão, cuja data original é 1954, foi adquirido em leilão no Espírito Santo e levado a Curitiba para reforma.

O nome “Barão do Serro Azul” foi dado em homenagem a um importante personagem da história política e econômica do Estado: Ildefonso Pereira Correia, o maior produtor de erva-mate do mundo. Tema de livros e filme, o poderoso Barão foi assassinado no km 64 da ferrovia Paranaguá- Curitiba durante a Revolução Federalista. No passeio, é possível avistar uma cruz que marca o ponto onde o personagem da história paranaense teria sido assassinado.

O que fazer em Morretes?

A maioria dos visitantes aproveita para comer o típico prato paranaense, o barreado – uma espécie de cozido de carne preparado em panela de barro e servido com farinha. A cidadezinha de calçadas de pedras e casas coloridas é bastante quente e convida para um sorvete – vários buffets estão espalhados pelas ruas.

Há ainda uma feirinha de produtos típicos, onde você pode comprar cachaças, licores, doces e produtos artesanais (leia-se bala de banana). Se estiver calor, ainda é possível tomar banho de rio no Nhindiaquara; ou se programar para fazer bóia-cross!

Quem dorme na cidade e tem mais tempo na região, ruma para o Santuário Nhundiaquara, um parque com 400 hectares de trilhas e cachoeiras que fica em Porto de Cima, distrito de Morretes. Outra ideia é conhecer Antonina, cidade histórica fundada em 1714 que fica no Litoral Norte, a 15 quilômetros de Morretes.