A possível vitória de Ariel Sharon alimentará a ação dos partidos extremistas. A afirmação é do parlamentar pacifista palestino, Zyad Abu Zyad, participante do Seminário Diálogos para a Paz, que ocorre até domingo (26), das 9h às 12h, no prédio 40 da PUC/RS. Candidato à reeleição, o primeiro-ministro de Israel é o favorito para vencer nas urnas, em votação que acontece na terça-feira (28). “Para governar, Sharon terá que fazer alianças com os partidos de extrema direita”, alerta Zyad.
O favoritismo nas eleições também não agrada o filósofo e professor de história judaica da Universidade de Bar-Ilan, Ely Ben-Gal, presente no evento. Ben-Gal ressaltou que a política do primeiro-ministro resulta em desespero e falta de esperança. “São fatores contrários aos próprios ensinamentos dos profetas de Israel, que têm como base a esperança no futuro”, disse. Cerca de 2.200 palestinos e 600 israelenses foram mortos nos últimos dois anos. Uma crise econômica tomou conta da região e o turismo, uma das principais fontes de renda, caiu a zero. Entre os palestinos, já são 300 mil desempregados e 70% da população vive abaixo da linha de pobreza.
O seminário, integrante da programação do III Fórum Social Mundial e promovido pelo grupo Diálogos pela Paz, Prefeitura de Porto Alegre e UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), reuniu seis conferencistas (três israelenses e três palestinos). Os palestrantes palestinos pediram apoio internacional para a retomada das negociações de paz. “É urgente a nomeação de um mediador que acalme os dois lados”, salientou o parlamentar Zyad, defendendo a intervenção por parte das Nações Unidas.
A configuração de um conflito armado no Iraque também pautou o primeiro dia do Seminário. O vice-presidente do Conselho Palestino de Paz e Justiça, Alan Jarra, considerou a guerra entre os Estados Unidos e o Iraque um perigo iminente para a Palestina. “O conflito agravará a tensão no Oriente Médio, entre um povo que já vive sob toques diários de recolher de 24h”.