Um raio-x da Cultura no Paraná

Uma espécie de radiografia dos bens culturais do Estado, aí incluídos os edificados (cinemas, teatros, museus, centros históricos), naturais (atrações turísticas, praias, cachoeiras, sítios arqueológicos), imateriais (festas populares, gastronomia) e os próprios artistas, disponível através de um portal na internet. Assim a secretária estadual da Cultura, Vera Mussi, definiu o programa Paraná da Gente, apresentado ontem em Curitiba a cerca de 60 secretários municipais e representantes da área, que serão parceiros na empreitada. O projeto, que já tinha sido instaurado entre 1993 e 1994, no primeiro governo de Roberto Requião, ainda depende de ajustes técnicos no Celepar, mas deve entrar em funcionamento até o mês que vem.

“Esta é a minha meta pessoal, o carro-chefe das ações da Secretaria para este ano, e precisamos disso em mãos o quanto antes”, resumiu Vera. “Para fazer política cultural precisamos ter dados, e o acesso a esses dados ficou muito facilitado com a internet. Na primeira versão as fichas tinham que ser preenchidas a mão, demoravam para chegar, e a idéia não teve prosseguimento. Agora temos todas as condições de ter um panorama completo de tudo o que é feito no Estado”.

Fandango

Ela cita como exemplo o fandango, tido como manifestação artística típica do Paraná: “Mas a cultura do fandango só é conhecida no litoral e na Região Sul, o restante do Estado desconhece”. Outra vantagem do Paraná da Gente seria a sua utilização como ferramenta para os profissionais de educação. “A História e a Cultura do Paraná não são ensinadas nem nas escolas, nem nas universidades. Com esse portal, os professores teriam conteúdo e subsídios para transmitir tais conhecimentos, que ajudam na nossa própria identidade cultural.”

A secretária também falou da intenção de registrar artistas e agentes culturais paranaenses. “Uma das idéias também é cadastrar quem produz cultura, até para abastecer a Comissão Permanente de Cultura do Codesul, que pretende promover a circulação de artistas e manifestações culturais entre os três estados do Sul e o Mato Grosso do Sul”, observa. Ela diz que todos os artistas interessados poderão entrar na relação, mas que só os que forem selecionados por uma espécie de curadoria (“provavelmente o Conselho Estadual de Cultura”) entrarão nos planos de integração regional.

Na reunião de ontem, os secretários municipais já começaram a discutir o projeto, fazendo sugestões e possíveis reparos. “Não queremos que seja uma ação da Secretaria, de cima para baixo”, ressaltou Vera Mussi. Para isso, mostrou-se disposta a conversar com todas as prefeituras, independente da orientação político-partidária. Inclusive com a Fundação Cultural de Curitiba, dirigida pelo grupo político do ex-governador Jaime Lerner. “Estamos abertos para todos”, reafirmou.

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