Todas as mulheres em uma

Mais nova queridinha das rádios de todo o País – Quem de nós dois, sua versão para La Mia Storia Tra Le Dita, de Gianluca Grignani e Massimo Luca, foi a canção mais executada em 2001 – a ruiva Ana Carolina solta o vozeirão hoje às 21h no Guairão, no show Ana Rita Joana Iracema e Carolina Voz & Violão. No repertório, a impressionante coleção de sucessos dos dois discos da cantora, como Garganta, Tô Saindo (as duas escritas por Totonho Villeroy), e mais A Canção Tocou na Hora Errada, Ela é Bamba e outras.

Com apenas três anos de carreira “oficial” – o primeiro CD, Ana Carolina, foi lançado pela BMG em 1999 – esta mineira de 26 anos já habita o Olimpo da MPB. A ponto de ter sido “intimada” a participar do songbook de Chico Buarque, onde interpreta Mil Perdões e Eu Te Amo. Seu primeiro disco vendeu mais de 150 mil cópias – um fenômeno em se falando de MPB, e quase um milagre em se tratando de um álbum de estréia.

Esse trabalho rendeu duas músicas em trilhas de novelas da Rede Globo (Garganta e Tô Saindo), uma indicação para o Grammy Latino de Melhor Álbum Pop em 1999 e o prêmio de cantora revelação no mesmo ano, eleita pelos maiores veículos de comunicação do País. Seu timbre grave e poderoso caiu imediatamente no gosto do público, alçando-a ao posto de “diva” da nova MPB, ao lado de Zélia Duncan e Cássia Eller. Neste Ana Rita Joana Iracema e Carolina (2001), como o título supõe, Ana encarna todas as vertentes da alma feminina – numa referência à inconstância das mulheres: “É também uma maneira diferente de encarar a minha música, de me ver às vezes como Ana – cantando rasgado, enquanto Rita solfeja suave; Joana representa todos os meus defeitos; Iracema lava chão numa casa de chá e batuca seu pandeiro e Carolina é a que não vê o tempo passar olhando a janela”, define.

A união de todas elas é uma Ana Carolina que também cercou-se de mulheres para conceber o disco. Compôs com Wanessa da Mata, Adriana Calcanhotto, cantou com Alcione, “sampleou” Maria Bethânia e mencionou Dalva de Oliveira. Nas 15 faixas do novo trabalho, ela garimpa melodias e ambientes, alternando timbres e climas na voz e nos instrumentos. E aparece muito bem cercada por um trio de larga experiência, por coincidência todos ligados ao contrabaixo: Nilo Romero, Dunga e Marcelo Süssekind (originalmente guitarrista, mas íntimo dos quatro cordas). Dessa mistura surge o tom visceral do CD. Mesmo quando canta suave, Ana tem peso. Quando solta a voz, então, não sobra pedra sobre pedra.

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Ingressos à venda nas bilheterias do Teatro, a R$ 40 (platéia), R$ 35 (1º balcão), R$ 30 (2º balcão) e R$ 15 (2º balcão estudante). Não são aceitos cheques.

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