Titãs faz apresentação no Curitiba Master Hall

Comemorando 30 anos de carreira, os Titãs estão em turnê com uma reedição do histórico show Cabeça Dinossauro, álbum emblemático e referência do grupo lançado em junho de 1986, considerado pela crítica como um marco na história da banda e do rock brasileiro. Com realização da Prime, a escala em Curitiba está marcada para o próximo dia 21 de julho. O grupo paulistano promete um show histórico no Curitiba Master Hall.

Considerado pelos músicos como a imagem mais fiel da síntese musical e ideológica do grupo à época, o disco, o terceiro da carreira dos Titãs, apresenta clássicos como “Polícia”, “Bichos Escrotos”, “Homem Primata” e o ´cartão de visita´ “Cabeça Dinossauro”. O grupo toca todas as músicas de um de seus mais célebres e reconhecidos trabalhos, com os arranjos originais e na sequência em que foram editadas no disco.

As canções de Cabeça Dinossauro, influenciadas principalmente pelo punk rock, trazem letras corrosivas e irônicas, retratando a rebeldia de um período político complicado no país.

A apresentação na cidade conta também com outras músicas que vieram antes e depois de Cabeça Dinossauro, mas que mantém o mesmo espírito roqueiro, aguerrido e irônico.

A banda é atualmente formada pelos fundadores Branco Mello, Paulo Miklos, Sergio Brito e Tony Bellotto e pelo baterista convidado Mario Fabre.

Cabeça Dinossauro

Agora, no ano em que os Titãs comemoram 30 anos de carreira, Cabeça Dinossauro ganha uma reedição de luxo, inédita na história do Brock: o álbum original foi remasterizado e vem acompanhado de um segundo CD, com a demo tape que originou o LP.

O disco clássico, gravado em abril no concorrido estúdio carioca Nas Nuvens, foi a primeira das bem-sucedidas parcerias da banda com o produtor Liminha. Já a demo foi registrada no fim de fevereiro, em apenas dois dias no Estúdio Mosh, em São Paulo.

O CD 2, com as gravações antes de serem lapidadas, é uma joia rara para os fãs e conta a história de um LP que trazia uma unidade sonora e conceitual poucas vezes alcançada com tanta precisão. A única descartada, “Vai pra Rua” (Arnaldo Antunes e Paulo Miklos), cantada por Arnaldo, só agora vem à tona nesse registro inédito. Ela acabou substituída por “Porrada”, que não estava na demo. Com letra incisiva e arranjo forte, “Porrada” era um soco no estômago, mais potente, prioridade dos Titãs quando entraram no estúdio carioca.

Igreja” original traz um Nando Reis demoníaco, cantando no limite da agressividade e com direito a reza da primeira metade do Pai Nosso. Na versão consagrada continua intensa, mas a voz um pouco menos caótica. As duas gravações de “Polícia” soam parecidas, mas a que estourou nas rádios é mais afiada, com backing vocals rasgados e Sérgio Britto numa de suas interpretações mais vigorosas nos Titãs.

“Bichos Escrotos” é outro retrato da evolução entre os dois registros. Antes com um tempero bem funk e suingado, ficou crua e ardente depois. Ganhou densidade e a apoteótica performance de Miklos a tornou o centro nervoso do disco.

A preocupação em eliminar o ranço pop dos álbuns anteriores e dar personalidade a “Cabeça” foi trabalhada cirurgicamente pelos Titãs, por Liminha e por Peninha Schmidt, co-produtor do LP. O coro new wave que costurava a primeira versão de “AA UU” foi deixado de lado. “Homem Primata” descartou o “uga buga” entoado no fim, mas acrescentou as pitadas de castanholas que ficaram eternizadas, na participação do percussionista Repolho.

Dinamites como “A Face do Destruidor”, “Cabeça Dinossauro”, “Estado Violência”, “Tô Cansado” e “Dívidas” sofreram sutis alterações, apenas para aparar arestas. Já “Fam&iac,ute;lia” e “O Que”, essas, sim, mereceram roupa nova. A primeira, um reggae mais pesado e arrastado, ganhou balanço e um andamento mais rápido. Em compensação, os versos do final (“padres e madres e freis/ escolas…”), que faziam um elo entre as instituições – canções – família e igreja, não entraram na gravação final.

“O Que” sofreu uma guinada radical. Se na demo Arnaldo canta sobre uma marcação de baixo e teclado, com solos de Tony Bellotto ao fundo, na versão que virou sucesso a interferência de Liminha foi decisiva. Ele fundiu programação de bateria, scratches e guitarras para transformar a última faixa do disco num funk eletrônico.

O que não muda na versão comemorativa de Cabeça dinossauro é a capa e a contracapa, que traduzem visualmente o conceito do disco: “Expressão de um homem urrando” e “Cabeça grotesca” são esboços de Leonardo Da Vinci. E que agora fazem ainda mais sentido: a demo não deixa de ser um esboço do que se tornaria um dos maiores clássicos do rock.

Serviço

Titãs – Turnê Cabeça Dinossauro
Quando: 21 de julho de 2012 (Sábado)
Local: Curitiba Master Hall (R: Itajubá,143)
Abertura da casa – 21h30 / Início do show: 0h30
Tempo do Show: 1h30
Classificação etária: 16 anos
Informações para o público: (41) 3315-0808 / 3317-3107 www.maisumadaprime.com.br

Voltar ao topo