Teresa Seiblitz recusa propostas para cuidar dos filhos

Nos últimos seis anos, a atriz Teresa Seiblitz não interpretou nenhum papel que não envolvesse fraldas e mamadeiras. Foi por causa do nascimento de Manuela e Vittorio, atualmente com três e um ano, que a atriz se viu obrigada a recusar duas propostas da Globo para ficar em casa cuidando da prole.

A primeira, em 1996, para fazer uma judia em “O Amor Está no Ar”, de Alcides Nogueira, e a segunda, já no ano passado, para viver uma riponga em “Estrela-Guia”, de Ana Maria Moretzsohn. Coincidência ou não, o papel que seduziu a atriz a voltar ao batente foi justamente o de mãe de dois adolescentes em “Malhação”.

No “folheteen” da Globo, a personagem de Teresa, Débora, enfrenta o famoso conflito de gerações com Pedro e Kailani, personagens de Henri Castelli e Letícia Colin. “Vou procurar sempre ser uma mãe presente para não ter esse tipo de conflito em casa. Mas sei o quanto a adolescência é uma fase difícil. Principalmente para os pais”, acredita.

Não é a primeira vez que Teresa Seiblitz é convidada para integrar o elenco de “Malhação”. Há três anos ela foi sondada para dar vida a Isa, uma simpática professora de Geografia. O personagem, porém, não cativou Teresa e acabou sendo interpretado por Giovanna Antonelli. “O meu critério é muito intuitivo. Algumas vezes, não bate. Se não sinto um canal com o personagem, prefiro não fazer”, tenta explicar. Com Débora, porém, foi diferente. A atriz salienta que adorou ter voltado à ativa em “Malhação”, porque o ritmo de gravação é bem “light”. Atualmente, ela só grava dois ou três dias por semana. “Geralmente, a rotina de novela toma o dia inteiro do ator. Meus filhos ainda são muito pequenos para ficar tanto tempo longe da mãe”, justifica.

Sem planos

Aos 37 anos, Teresa Seiblitz se considera do tipo que não gosta de fazer planos. Por isso mesmo, encara com indisfarçável tranqüilidade as surpresas da vida. Manuela e Vittorio, frutos de seus relacionamentos com o ator André Gonçalves e com o diretor Luiz Fernando Carvalho, respectivamente, são algumas delas. Embora nunca tenha sonhado com a maternidade, se diz realizada no papel de mãe. A felicidade da atriz só não era completa porque ela já estava há muito tempo longe do vídeo. O último trabalho na Globo foi a minissérie “Hilda Furacão”, adaptada por Glória Perez a partir do livro de Roberto Drummond. “Não conseguiria abrir mão da carreira de atriz. Adoro trabalhar. Além do mais, preciso do dinheiro para sustentar meus filhos”, diverte-se.

Por pouco, a volta de Teresa Seiblitz à tevê não aconteceu em outra produção de Glória Perez. A autora é uma espécie de “fada-madrinha” na carreira da atriz. Foi dela a trama em que Teresa estreou, “Barriga de Aluguel”, de 1991, e também a primeira em que a atriz protagonizou, “Explode Coração”, de 96, como a cigana Dara. “A primeira protagonista a gente nunca esquece…”, brinca ela. Quando Teresa declinou do convite para fazer “Estrela-Guia”, a diretora Denise Saraceni se apressou em reservá-la para o elenco de “O Clone”. Jayme Monjardim, porém, assumiu a novela e Teresa não recebeu outro convite. “Há dias, encontrei a Glória num show e ela me disse: ‘Puxa, era para você ter feito essa novela…’ ‘Pois é’, respondi a ela”, lembra a atriz, com um leve balançar de ombros.

Apesar de satisfeita com o atual trabalho, Teresa aspira vôos mais altos. “A gente está sempre procurando um personagem que se comunique com o maior número possível de pessoas…”, confessa. Um personagem como a Joaninha, a catadora de caranguejos de “Renascer”, por exemplo. A personagem entrou na novela para ter um caso passageiro com o Coronel Teodoro, interpretado por Herson Capri, e sair, mas acabou ficando até o final. De quebra, ainda serviu para o autor Benedito Ruy Barbosa discutir temas espinhosos, como reforma agrária e celibato religioso. “Quando o personagem que você tem em mãos é potente, você acaba prestando bons serviços ao telespectador. Personagens assim são maravilhosos”, derrama-se, saudosa.

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