Tempo para examinar palcos, textos e idéias

Depois do festival em Curitiba, o teatro ganha fôlego no Paraná e uma nova temporada se inicia. Apesar do sucesso de público do festival, o brasileiro não é muito chegado a peças, sejam elas tradicionais ou clássicas. Quando uma trupe de primeiro time aparece, os ingressos esgotam, mas a maioria vai ao teatro, porque é um “acontecimento”.

Nesta semana, estréia em Curitiba o elogiado espetáculo Cabaré Amálgama, do Teatro Obrigatório Universal de Londrina. É possível conviver, aprender e ser tolerante com alguém tão diferente de você? Esta é a questão central dessa peça. A partir de quinta no ACT, com direção de Rafael Camargo, Cabaré Amálgama tem no elenco Camila Fontes e Carla Dyacov.

Cabaré Amálgama reúne também textos de Dorothy Parker, Clarice Lispector, Julio Cortazar e Emily Dickinson. “A peça retrata a riqueza humana e a falta de tolerância, de comunicação e de empatia entre as pessoas”, explica Camila Fontes que divide a produção com Carla Dyacov.

O diretor Rafael Camargo fala que a montagem é um grande caleidoscópio sobre diferentes visões e a possível convivência entre elas. O diferencial do cenário do Cabaré Amálgama é o cenário, composto por cerca de 300 objetos recolhidos pela produção em casas de amigos e parentes. Pendurados sobre o palco, sob uma luz vermelha e verde, estão peças do dia-a-dia como xícaras, óculos, copos e até um pênis de borracha.

Serviço

ACT – Rua Paulo Graeser Sobrinho, 305 (São Francisco) / telefone 338-6189

Morgue

A outra peça em cartaz na cidade a partir de hoje é Morgue Story Sangue, Baiacu e Quadrinhos.

Segundo os divulgadores, trata-se de perversão, pop e humor, a fórmula que o diretor Paulo Biscaia Filho descobriu para atrair o público e mostrar sua criatividade. Bem, na maioria dos casos, o teatro contemporâneo brasileiro vive numa linha tênue entre o brilhantismo e o rídiculo.

Neste caso, a peça incorpora elementos modernos com vídeo, música e uma sonoplastia alucinante, num texto que faz referências explícitas ao ritmo da linguagem das histórias em quadrinhos.

A trama, que se passa num necrotério, envolve três personagens: Ana Argento, uma bem sucedida roteirista de histórias em quadrinhos, papel dividido pelas atrizes Mariana Zanette e Rafaela Marques; Tom, um vendedor de seguros cataléptico – com interpretação de Anderson Faganello; e Doutor Daniel Torres, um médico legista incorporado pelo ator Leandro Daniel.

Em Morgue Story as histórias dos personagens se cruzam de maneira insólita. O Doutor Torres é um maníaco sexual, que tem como perversão envenenar mulheres atraentes com uma poção secreta, baseada numa mistura de narcóticos com toxina do peixe baiacu, desenvolvida por sacerdotes vodus haitianos.

O espetáculo acontece até o dia 9 de maio, com sessões de quarta à sábado, às 21 horas; e domingos, às 19 horas.

Serviço

Morgue Story Sangue, Baiacu e Quadrinhos. Estréia dia 14 de abril, quarta-feira, às 21 horas, no Espaço Dois (R. General Carneiro, 814).

Teatro integra colégios maristas

Está chegando a hora de o Colégio Santa Maria realizar o 2.º Festival Intermarista de Teatro “Encena Santa”. Será nos dias 16 e 17 de abril com a presença de escolas maristas de várias regiões do Brasil. O objetivo é a integração entre grupos teatrais de colégios maristas da Província Brasil Centro-Sul. O festival tem a intenção de mostrar a importância do teatro como fonte de lazer e de educação no desenvolvimento físico, psicológico e emocional da criança e do adolescente.

Este ano participam grupos teatrais do Colégio Santa Maria, Colégio Marista Pio XII (Ponta Grossa), Escola Ecológica Marcelino Champagnat (Almirante Tamandaré) e Colégio Marista São Luís (Jaraguá do Sul-SC).

Além das peças de teatro, o Encena Santa reserva espaço para oficinas, debates, além de uma exposição de figurinos. Entre as oficinas programadas estão as de Expressão Corporal, Sonoplastia, Improvisação, Expressão Vocal e Interpretação. As oficinas são abertas para o público e as vagas são limitadas. As inscrições e maiores informações poderão ser obtidas por telefone no Núcleo Cultural do Colégio Santa Maria: (41) 313-2521.

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