Jackeline Petkovic:
?O problema é na hora de chorar?…

A apresentadora Jackeline Petkovic costuma dizer que anda com a cabeça nas nuvens e os pés no chão. Por mais que se envolva com um determinado trabalho, nunca se deixa iludir pelos altos e baixos da profissão. Ex-apresentadora do SBT, ela não sabe explicar até hoje por que foi sumariamente defenestrada da emissora. Afinal, garante, o Bom Dia & Cia dava ibope e faturamento para Sílvio Santos. O mesmo, porém, não se pode dizer de Metamorphoses, da Record. Em seu mais recente trabalho na tevê, Jackeline foi convidada a reforçar o elenco da nova fase da novela. De nada adiantou o empenho da moça. A audiência de Metamorphoses continuou aquém do desejado: em vez dos 20 pontos imaginados pela produtora Arlete Siaretta, a trama não registrava mais do que dois. Conclusão: a trama sai do ar no dia 27, sem qualquer promessa de “final feliz”.

“Desde o início, estava motivada para que tudo desse certo. Infelizmente, o sucesso da novela não dependia só de nós, atores”, ressalta a atriz. Apesar do inegável fiasco da produção, Jackeline não se arrepende de ter aceito o convite. “Nunca escondi de ninguém que tenho vontade de me firmar também como atriz. Não podia deixar passar essa oportunidade”, esclarece. O que mais chamou a atenção da atriz foi o texto de Letícia Dornelles, que já havia trabalhado com Manoel Carlos em Laços de Família e Euclydes Marinho em Desejos de Mulher. “Quando eu começava a ler o roteiro, não parava mais. Lia as minhas falas e as dos outros personagens também”, destaca. A admiração pela autora só fez aumentar depois de conhecê-la pessoalmente numa gravação da novela. Solícita, Letícia se pôs à disposição para esclarecer qualquer dúvida da atriz a respeito de sua personagem, Suellen. “Achei o máximo. Para quem está começando, ela não poderia ter dado maior apoio”, frisa.

Despreparada

De fato, Jackeline Petkovic não economiza elogios à autora Letícia Dornelles. Já em relação ao diretor Pedro Siaretta, marido de Arlete, a atriz se mostra reticente. “Fui chamada num dia e, no outro, já estava no estúdio gravando. Não tive qualquer tipo de preparação”, queixa-se. Jackeline recorda que, quando rodou O Cupido Trapalhão, estrelado por Renato Aragão, teve à disposição, até dois meses antes do início das filmagens, o “coach” Gutti Fraga, que também trabalhou no filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles. Diante da reivindicação da atriz, Pedro até que prometeu um “coach” para bater o texto e, principalmente, para prepará-la para as cenas mais difíceis… “Tudo é muito novo para mim. Nunca tinha feito novela antes. Não é que eu tivesse medo, só queria passar verdade em cada cena que fizesse”, argumenta.

Mesmo desapontada com a sua primeira incursão por novelas, Jackeline pretende continuar investindo na carreira de atriz. O próximo passo é matricular-se no curso de interpretação de Beto Silveira, o mesmo por onde já passaram atrizes como Ana Paula Arósio e Maria Fernanda Cândido. “Até que tenho facilidade para decorar. O problema mesmo é na hora de chorar… Nem sempre consigo”, confessa. Mas, se chorar é difícil, dar beijo técnico, segundo ela, não fica atrás. Em O Cupido Trapalhão, ela teve de dar um no cantor Daniel, que fazia seu par romântico na história. “Estou sempre aberta a críticas. Principalmente as construtivas. Porque as destrutivas não levam a nada”, resmunga.

Apresentadora

Embora decidida a investir na interpretação, Jackeline também não se esquece da carreira de apresentadora. Tanto que sonha em voltar, em breve, a apresentar um programa na tevê. Atualmente, ela negocia dois formatos, um infantil e outro adolescente, com diversas emissoras. “Como apresentadora, não preciso interpretar um personagem: posso ser eu mesma e falar o que penso”, diferencia. Enquanto aguarda um novo convite, ela não deixa de assistir ao programa que ajudou a criar, o Bom Dia & Cia, do SBT. E elogia o desempenho dos atuais apresentadores, Jéssica Esteves e Kauê Santin. “Eu tive a minha chance e eles estão tendo a deles. Desejo aos dois toda a sorte do mundo”, derrama-se.

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