Telas alternativas reúnem espectadores de cinema

Para quem quer fugir do circuito comercial, não faltam opções de cinemas alternativos em São Paulo. Há desde iniciativas esporádicas, bancadas por empresas e com data para acabar, até projetos fixos com programação constante. O clima informal favorece o encontro de amigos com o interesse comum: a paixão pela sétima arte.

Parte da programação da 13ª edição do Cultura Inglesa Festival, os curta-metragens Timing (de Amir Admoni, Débora Mamber e Felipe Grytz), She’s Lost Control (de Daniel Augusto) e Olhos de Fuligem (de Denise Vieira Pinto) vêm sendo exibidos nas 34 unidades da escola de inglês em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Desde quarta, os filmes também estão “em cartaz” em um cinecaminhão que percorre oito locais da Grande São Paulo.

Ele ficará estacionado nas sedes das ONGs Associação Meninos do Morumbi, Acer (Diadema), Projeto Vizinho Legal (favela do Jaguaré) e Paidéia Associação Cultural (em Santo Amaro); e nas escolas públicas David Zeiger (em Parelheiros), Alberto Salotti (Cidade Dutra), Johann Gutemberg (Jaçanã) e Guilherme de Almeida (Cangaíba). “Esperamos que, no total, 2 mil pessoas sejam atingidas pelo projeto”, afirma o coordenador do festival, Laerte Mello. “Estamos formando uma plateia diferenciada.” A programação segue até o dia 23.

Outro projeto que contribui para a popularização do cinema é o Cine Tela Brasil, capitaneado pelos cineastas Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi. Criado em 2004 para exibir filmes nacionais a comunidades de baixa renda, o Cine Tela já percorreu 225 cidades e realizou 2.672 sessões. Até agora, 525.544 espectadores assistiram a pelo menos um dos 77 filmes em projeções. Na capital paulista, as próximas sessões acontecerão entre 25 e 27 de junho, em Sapopemba.

Cinema na Laje – O cinema da periferia não fica no shopping nem cobra ingresso. Se o tempo colabora, o teto é estrelado. A pipoca é grátis, cortesia de Zé Batidão, dono do bar homônimo que empresta a laje para a exibição dos filmes, na zona sul da cidade. Em cartaz, o Cinema na Laje, projeto do poeta e agitador cultural Sérgio Vaz.

“Fizemos o Cinema Paradiso da periferia”, diz ele, em alusão à película italiana Nuovo Cinema Paradiso, de 1988, escrito e dirigido por Giuseppe Tornatore. Na laje do Zé Batidão cabem até 150 pessoas. Desde março, as exibições acontecem duas vezes por mês – sempre na primeira e terceira segundas, às 20 horas.