O cineasta Quentin Tarantino afirmou na terça-feira, 3, que não será intimidada por sindicatos de policiais que pediram um boicote a seus filmes devido a comentários feito por ele em uma manifestação contra a brutalidade policial.

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Em suas primeiras observações sobre a crescente controvérsia, o diretor premiado com o Oscar disse ao Los Angeles Times que não é um “inimigo da polícia” e que suas palavras tinham sido deturpadas.

“Não estou sendo intimidado”, disse Tarantino ao jornal. “Francamente, é péssimo ter um monte de porta-vozes policiais dizendo que odeio policiais. Não sou um inimigo dos policiais. Isso é uma deturpação. Isso é calunioso. Isso não é o que penso.”

A Associação Nacional de Organizações Policiais (Napo, na sigla em inglês) se uniu na semana passada às campanhas de sindicatos de policiais de Los Angeles, Nova York e Filadélfia em um boicote aos filmes de Tarantino, incluindo “Os 8 Odiados”, que será lançado em dezembro.

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A Napo também pediu a seus associados que não forneçam segurança, controle de tráfego ou assessoria técnica a qualquer um dos projetos do cineasta após observações de Tarantino em uma manifestação em Nova York contra as mortes de negros por policiais civis.

“Quando vejo o assassinato, não posso ficar parado, e tenho que chamar assassinato de assassinato, e tenho que chamar assassinos de assassinos”, disse Tarantino no palanque da manifestação no mês passado, segundo relatos.

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“Os policiais não são todos assassinos”, disse Tarantino ao Los Angeles Times na terça. “Eu nunca disse isso. Nunca sequer insinuei isso.”

A indignação pública sobre as mortes de homens negros nas mãos da polícia em Nova York, Missouri, Baltimore, Carolina do Sul e em outros lugares dos Estados Unidos motivam manifestações e processos contra a polícia em todo o país há mais um ano.