Nos últimos meses, Taís Araújo adquiriu um hábito bastante curioso: acompanhar, dia a dia, as variações no Ibope de Da Cor do Pecado. “Esperava que a novela fizesse sucesso, mas não que fosse esse fenômeno. Já teve semana que ela bateu 49 pontos. Melhor, impossível…”, festeja. De fato, a média de Da Cor do Pecado foi de 47 pontos, com 72% de “share”, enquanto a de Kubanacan não passou de 39, com 63% de “share”. Melhor do que a novela em que você atua fazer sucesso, só mesmo a própria personagem virar assunto. E foi exatamente isso que aconteceu com Preta. Não por acaso, a atriz lembra, orgulhosa, que a próxima novela das sete, Começar de Novo, escalou nove personagens negros. “Isso é sinal do quanto a novela do João deu certo. E do quanto também o povo quer se ver na televisão”, raciocina ela.
Das muitas cenas que gravou nos últimos meses, Taís Araújo não se esquece daquela em que Preta dá à luz o filho dentro de um ônibus, uma de suas favoritas. Toda a relação da personagem com o filho Raí, interpretado por Sérgio Malheiros, aliás, vai ficar na memória da atriz. “Com a Preta, tive a oportunidade de exercitar meu lado maternal. Foi muito bom brincar de mãe na novela…”, admite. Por conta do indiscutível carisma da personagem, Taís acabou ganhando um público bastante ruidoso e fiel: o infantil. Ela cai na risada ao lembrar da vez em que foi a um restaurante com o noivo, o lutador de jiu-jítsu Márcio Feitosa, e sentou-se numa mesa próxima ao toalete. Dali a pouco, três crianças iniciaram um vai-e-vem sem fim ao banheiro… “Fiquei impressionada como a criançada gosta de mim. Aquelas três, por exemplo, fingiam que iam ao banheiro só para passarem perto”, diverte-se.
Mas Taís não faz sucesso apenas entre o público infantil. Recentemente, foi convidada pelos editores da Playboy para enfeitar a edição de aniversário da revista. Com a recusa da moça, eles optaram por Mel Lisboa. “É engraçado saber que tem gente que quer me ver pelada. Mas, sinceramente, isso não combina comigo”, refuta. Na verdade, Taís Araújo parece ter um certo trauma de nudez desde que a extinta Manchete fez alarido em torno de uma simples cena de banho de cachoeira em Xica da Silva, de 1997. Para gravar a tal cena, de preferência sem roupa, Taís, na época com 17 anos, teria de completar a maioridade. “Aquilo foi horrível! Eu me senti invadida à beça. Se era para ter alguém pelada na novela, eles poderiam ter chamado qualquer uma”, troveja.
Apesar do tom tempestuoso, Taís garante não guardar mágoas do diretor Walter Avancini, a quem chamava de “segundo pai”. “Assim que a novela acabou, o Avancini me chamou na sala dele para abrir uma garrafa de champanha. Devo minha carreira a ele”, emociona-se. Hoje, aos 25 anos, a atriz diz ter amadurecido muito nos últimos meses. E aprendido muito também com a sua personagem em Da Cor do Pecado. “Por mais que a Preta tenha levado porrada da Bárbara, ela não é do tipo passiva. Ela também reage, xinga, briga…”, enfatiza, referindo-se à personagem da atriz Giovanna Antonelli.
Quando terminar de gravar Da Cor do Pecado, Taís não pretende tirar férias. O máximo que ela se permite é passar 10 dias em Nova York com o noivo. Em seguida, volta ao Brasil para produzir uma peça e divulgar o filme Garrincha Estrela Solitária, em que interpreta a cantora Elza Soares, mulher do jogador. “A vida sempre tratou a Elza de forma cruel e, mesmo assim, ela sempre deu a volta por cima”, elogia. Depois, Taís se prepara também para estrelar duas co-produções internacionais: uma comédia romântica americana e um drama francês. Mesmo assim, Taís não é do tipo que sonha em “estourar” em Hollywood. O que ela quer mesmo, ressalta, é continuar interpretando personagens marcantes. “Hollywood não faz a minha cabeça. Eu quero ‘estourar’ sim, mas por aqui mesmo!”, avisa, com o seu eterno jeito brincalhão.