Risadaria, segundo os dicionários que a reconhecem, caracteriza-se pela sucessão de risadas. Só que no fim de semana a palavra vai ganhar um significado complementar: evento destinado a congregar as mais diversas formas de humor a fim de torná-lo parte do calendário nacional. Ou “Disneylândia com Rock in Rio”, como define Paulo Bonfá (“MTV Rockgol”), o idealizador desse projeto. Ou ainda “Bienal do Humor”, de acordo com o também humorista Diogo Portugal.

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A primeira edição do “Risadaria – Muito Além da Piada” acontece sexta, sábado e domingo, das 10 horas às 22 horas, no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. A estimativa é de um público de mais de 50 mil pessoas.

A semente desse evento foi plantada há três anos, quando Bonfá passou a ideia básica para o papel, com o objetivo de colocar o humor no patamar da cultura. O humorista começou, então, a pesquisar sobre os projetos desenvolvidos em outros países. Ele afirma que em nenhum lugar encontrou um evento que reunisse as diferentes produções de comédia.

De um ano e meio para cá, as conversas entre Bonfá e outros humoristas se intensificaram, e foi criado um conselho curador, formado por Marcelo Tas (“CQC”), Marcelo Madureira (“Casseta&Planeta”), Wellington Nogueira (Doutores da Alegria), Caco Galhardo (cartunista da “Folha de S.Paulo”) e Diogo Portugal (precursor da nova geração de stand-up comedy nacional).

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Essa turma encampou a ideia, ficou responsável pela seleção do acervo e das atrações de todo o evento e vai promover durante os três dias uma confraternização de humoristas e de gêneros de humor. O espaço de nove mil metros quadrados de exposição da Bienal abrigará o humor criado para TV, cinema, rádio, internet, além de debates, celebrações e shows.

Uma das apresentações especiais é a do “Umbilical Brothers”, formado pela dupla australiana Shane e David. Eles estarão pela primeira vez na América do Sul e são conhecidos principalmente pela mímica e por efeitos com a voz.

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Homenagens

O Risadaria prestará três homenagens. A ideia inicial, segundo Bonfá, era homenagear apenas um “mestre do humor” em cada evento. Mas não foi possível se decidir entre Millôr e Chico Anysio nessa primeira edição. Assim como não era possível deixar de homenagear o cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, morto na última sexta-feira junto com seu filho, Raoni, de 25 anos. Haverá um espaço destinado a Glauco que ficará exposto durante os três dias.

A organização não-governamental (ONG) Doutores da Alegria, reconhecida internacionalmente pelo trabalho dos “palhaços-doutores” junto às crianças em recuperação nos hospitais, é parceira do Risadaria. Além de estar presente na Bienal e divulgar seus projetos no evento, parte da verba arrecadada será doada à entidade.

Bonfá justifica a escolha do Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, por dois motivos. Ele queria que o projeto fosse realizado em um prédio imponente e sede de grandes eventos e também que fosse em um lugar popular e democrático, “um local que fosse tão simples que não seria preciso explicar o endereço”. “Vamos reunir diversos conteúdos e fazer convergirem diferentes estilos de humor, criando espaços para estimular o intercâmbio de conhecimentos entre visitantes e humoristas”, afirma Alain Levi, da Infinito Cultural, realizador do projeto.

A programação completa e outras informações estão no site http://risadaria.uol.com.br/