Sede do MAC USP continua com as portas fechadas

Na Avenida Pedro Álvares Cabral, em frente do Ibirapuera, os portões da nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, edifício onde funcionava o Detran, estão fechados. O visitante que quiser ver a exposição O Tridimensional no Acervo do MAC: Uma Antologia terá de procurar, com empenho, pela única abertura que dá acesso à instituição: uma entrada ao lado de uma das saídas da passarela Ciccillo Matarazzo – a que liga o prédio ao parque. Desde janeiro é assim. Não há público no museu.

Escolas não podem agendar visitas ao novo espaço do MAC – aberto de terça a domingo, das 10 às 18 horas – e o estacionamento somente recebe, excepcionalmente, idosos ou portadores de alguma deficiência. A mostra com 17 esculturas, abrigada no térreo do edifício projetado na década de 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer para ser o Pavilhão da Agricultura no Conjunto Arquitetônico do Ibirapuera, foi aberta em 28 de janeiro durante evento que marcou a inauguração da nova sede do MAC.

Mas foi uma abertura parcial, pois a entrega do prédio pela Secretaria de Estado da Cultura, responsável pela reforma do prédio desde 2009, está prevista para junho.

“Foi assinado um decreto (publicado em 14 de fevereiro) pelo governador (Geraldo Alckmin) passando o edifício para o museu, mas, para estabelecer atividades como proprietária daquele espaço, a USP teria de ter em mãos o Termo de Permissão de Uso”, diz o diretor do MAC, Tadeu Chiarelli. Segundo ele, o documento definitivo foi assinado no último dia 23 de abril. “A universidade não poderia assumir as despesas, nem solicitar serviços ou abrir nenhum tipo de licitação sem esse termo”, completa Chiarelli. “

Os seis andares serão ocupados depois dos testes

As pessoas mais velhas queriam rever o edifício e as mais novas têm esse ímã com o que é o Niemeyer. Se fosse uma exposição de pinturas e desenhos, teríamos de colocar painéis e assim tiraríamos a visibilidade do edifício. E outro dado, não vamos ser ingênuos, é que aquele é um espaço em teste. Não vou colocar em risco obras frágeis num prédio que acabou de ser reformado”, diz Tadeu Chiarelli sobre a mostra O Tridimensional no Acervo do MAC, em cartaz desde 28 de janeiro na nova sede do museu. A exposição conta com 17 peças, algumas de grande escala, criadas por artistas nacionais e estrangeiros como Henry Moore, Maria Martins, Cildo Meireles, Ernesto Neto e Angelo Venosa.

O projeto inicial das exposições da nova sede do MAC data de 2010. A ideia é que a mostra de esculturas, no térreo do prédio, permaneça no local ao longo de todo o processo de ocupação do edifício e de transferência do acervo da instituição, abrigado em seu espaço na Cidade Universitária, e na área que o museu possui no pavilhão da Bienal. Pelo cronograma, segundo Chiarelli, está prevista para ser aberta em setembro a mostra com fotografias de Mauro Restiffe e de instalação de Carlito Carvalhosa no anexo da nova sede.

Depois, os seis andares expositivos do edifício vão abrigar grande mostra do acervo do MAC (por quatro pisos) – “com uma interpretação sobre a arte do século 20 e início do século 21” – e uma exposição contemporânea (por dois andares) com criações de jovens e consagrados que tratam de questões como a identidade do artista enquanto criador, sua relação com a instituição e com a sociedade. Entre os vetores, estarão representados o israelense Dov Or Ner e ainda Luiz Paulo Baravelli e Hudinilson Jr.

 

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