Sean Penn é o último rebelde do cinema independente

O ator e diretor Sean Penn, o “último rebelde” do cinema americano, disse que não pagou nenhum preço especial por ser independente, durante homenagem a sua carreira no recente Festival Internacional de Cinema de San Sebastian.

Em entrevista, Penn confessou: “Não sou muito cinéfilo. Quando vejo a maioria dos filmes dos mestres clássicos dos Estados Unidos começo a roncar. Eles não me interessam”.

Para o mais jovem laureado com o Prêmio Donostia na história desse festival, “a luta constante é buscar a própria voz e ser leal. Só se paga um preço quando se vai contra os próprios ideais. Eu não paguei nenhum preço por ser independente”.

“Ser complacente seria criminoso do ponto de vista humano e interpretativo”, frisou Penn, que nasceu na Califórnia em 1960 e foi protagonista de filmes importantes como “As cores da violência” (“Colors”) e “Os últimos passos de um homem” (“Dead man walking”), entre outros.

“Não se pode ser um artista com credibilidade sem que te ouçam. Não creio que devamos ser apenas atores ou diretores, independentemente de ser um filme ou outro meio”, disse.

Apesar disso, Sean Penn não se define como um rebelde. “Mas deve haver um nível necessário de falta de satisfação para dar uma ancoragem para a maneira de sentir o mundo”.

Em relação aos Oscar, ele afirmou que “acontecem coisas maravilhosas, mas também há outras bastante vergonhosas que ocorrem nessa noite. Costumo ver a entrega dos prêmios pela televisão e às vezes fico bastante aborrecido com o que acontece na cerimônia”.

Atualmente Penn, que é aficionado do surf, se sente “pegando a nova onda do cinema mexicano. Estou no meio dela e me sinto feliz por isso. Teríamos de estar dormindo para não ver o que ocorre ao sul da fronteira dos Estados Unidos, com todos os bons cineastas que há”.

O ator foi premiado por seu último filme, “21 grams”, de Alejandro González Iñárritu, com a Copa Volpi no mais recente Festival de Veneza. Ele acaba de rodar “O assassinato de Nixon”, produzido pelo mexicano Jorge Vergara.

“Sou mais patriótico que Bush”

Penn recordou que foi o ator espanhol Javier Bardem quem lhe apresentou a González Iñárritu em uma festa depois de “Amores perros”. “Vi o filme e depois telefonei para ele para lhe oferecer meus serviços. Adorei ?Amores perros?, é um filme que sabe utilizar muito bem as ferramentas do cinema”.

O ator e diretor, que participou do filme coletivo sobre os atentados de 11 de setembro, afirmou: “Nunca reagi de maneira irracional diante dos atentados de 11 de setembro e estou seguro que sou mais patriota que (o presidente George W.) Bush. Quando ocorreram os atentados, respondi como uma pessoa e senti que se tratava de perdas de vidas humanas”.

Sean Penn se casou com a cantora Madonna em agosto de 1985, de quem se divorciou em janeiro de 1989. Casou-se com a atriz Robin Wright Penn em 27 de abril de 1996 (mas já vivia com ela desde 1991), com quem está até hoje. O casal tem dois filhos.

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