Entrevista- Dona Onete, cantora e compositora

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Como você explicaria o carimbó para alguém que nunca ouviu o ritmo e, também, o que a atrai de maneira fundamental nele?

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A gente ainda não sabe o que atrai tanto. Muitas pessoas vêm aqui para ver a música do Pará e perguntam pelo carimbó. Basta bater dois tambores, um banjo, uma maraca: pronto, tira o sapato e dança descalço. É um som indígena, tem poucas coisas de negro. O corpo balança, não tem aparelhagem ou tecnologia, bastam somente os instrumentos. O fraseado vai ficando bonito, começa fraquinho, mas depois de umas cervejas, de uma cachaça jamburana, vai até de manhã (risos).

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Você se sente “a” mulher do carimbó? Como manter esse trabalho num ritmo historicamente dominado por homens?

Eu continuo. Se eu parar, as mulheres não entram. Homem é muito dominador. Como em todos os ritmos. Mas a mulher dá alegria, e agora misturou. Digo como se fosse uma rosa balançando no vento e os beija-flores em volta. Carimbó, graças a Deus.

Aí em São Paulo, o carimbó faz sucesso.

Qual é a diferença entre compor carimbó e os outros ritmos?

Só canto e os meninos gravam. Não escrevo nada. Vem tudo: letra, ritmo e tom.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.