Divulgação

O grupo Daquele Jeito (foto) se
apresenta no Castelo do Batel.

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A capital paranaense parece ter sido tomada neste mês (junho) pelo samba e pagode. Depois do Grupo Contradição lançar o segundo CD em evento que reuniu mais de 15 bandas do gênero, é a vez do empresário Gian Zambon inaugurar mais um projeto musical. O ?Samba do Morro? estréia nesta quinta-feira (14), com show do sambista Arlindo Cruz. O ?Pagode do Arlindo? será no Morro do Batel com abertura do grupo Prestatenção. Os ingressos estão sendo vendidos a R$ 30 nas lojas Mania do CD, Esquina Brasil e pelo Disk Ingressos.

Zambon também está à frente de outro evento. O Grupo Daquele Jeito, do qual é vocalista ao lado do também empresário Alexandre Leprevost, comemora um ano de formação em mega festa no Castelo Batel, no dia 16 (sábado). Além do aniversário do Grupo, o evento marca a inauguração do novo espaço no Castelo para 2000 pessoas. Os ingressos serão vendidos somente na hora a R$ 20 feminino e R$ 30 masculino. As bandas Pagode SA, vs Dona Irene, The Firecracker Acustic Band, Henrique & Diego e Tentativa também estarão por lá. Toda a organização e produção são assinadas pela curitibana CWB Brasil.

Arlindo Cruz

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Compadre Arlindo Cruz nasceu no Rio de Janeiro, em 1958. Suburbano da Piedade, foi militar por três anos em Barbacena. Prestou serviço, mas o samba mandou lhe chamar. O menino dos arrabaldes trocou figurinhas com batuqueiros, tocadores de cavaco, violão, banjo e bebeu água benta na fonte dos grandes compositores. Foi amigo e músico de Candeia, registrou seu cavaco malandreado no disco da Tapecar ?Samba de Roda?, que tem entre outros participantes: Luna, Marçal, Elizeu, Wilson das Neves, e também o legendário ?Conjunto Nosso Samba?. No texto da contracapa, Paulinho da Viola evidenciou a influência africana, que norteava aquele trabalho do mestre Candeia. Ele incorporara à paisagem brasileira os ventos lúdicos de Angola e Moçambique.

Arlindo Cruz foi ao ?Cacique de Ramos? e entrou para o ?Grupo Fundo de Quintal?. Lá, conheceu toda uma geração de sambistas importantes e tornou-se parceiro de quase todos eles: Neoci, Almir Guineto, Jorge Aragão, Beto sem Braço, Cleber Augusto, Adilson Victor, PQD, Sereno, Zeca Pagodinho, Jotabê, Franco, Luis Carlos da Vila, Sombrinha, e seu mano gente fina Acyr Marques. Seu jeito personalíssimo de cantar começou a fazer escola quando gravou o primeiro samba de sua autoria intitulado ?Melhor para dois?, em 1981 no ?Grupo Fundo de Quintal?. No mesmo ano, ?Grande Erro? de Arlindo Cruz, Adilson Victor e Marquinho China fez parte do repertório do LP ?Beth Carvalho na fonte?. Foi a primeira de muitas músicas suas gravadas por Beth.

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Arlindo trabalhou por mais de uma década no ?Fundo de Quintal?. Deixou sua marca sensível de músico, cantor e compositor. Vários sucessos enriqueceram a paisagem sonora do samba, e o partido-alto teve momentos memoráveis no dueto de Arlindo e Sombrinha. Depois que saíram do grupo, gravaram juntos cinco discos excelentes. Em meados de 1984, o ?Pagode do Arlindo?, em Cascadura ficou famoso. Personagens importantes de hoje freqüentavam suas rodas de samba. Os percussionistas Esguleba e Marcelinho; os compositores Acyr Marques, Zé Roberto, André Rocha, Efson, Serginho Meriti, PQD, Marquinho China; os pagodeiros Deni de Lima, Baiano e o vocalista Oswaldo Cavalo (que hoje canta na banda de Zeca Pagodinho) deram muita canja e abalaram corações.

O ?Império Serrano?, sua escola , já desfilou com sete sambas de Arlindo Cruz e seus parceiros. Entre eles estão os premiados ?E verás que um filho teu não foge à luta? (Arlindo Cruz/ Beto Pernada/ Lula/ Aluísio Machado/ Índio do Império ) e ?O Rio corre pro mar?(Arlindo Cruz/ Carlos Sena/ Maurição/ Elmo Caetano), que sacudiram a Sapucaí de verde e branco. É muito raro sair um disco de samba que não tenha pelo menos uma música do Arlindo. Mesmo os cantores que também compõem costumam incluir o compadre no repertório. Só os discos de Zeca Pagodinho ele já produz há nove anos.

O Novo Disco

O disco novo, gravado ?ao vivo? no Barril 8000, na Barra da Tijuca é simples, não tem arranjos rebuscados e nem bateria. Na batucada, os ritimistas se revezaram nos instrumentos, como se estivessem nos botequins e pagodes da vida. Marcelinho Moreira tocou repique de anel, de mão (aquele do Doutor…), caixa, afoxé e prato. Ovídio Brito, cuíca, pandeiro, tamborim e prato (de cozinha, arranhado na beira, como fazia a turma do Pixinga). Felipe de Angola foi de reco, pandeiro, tamborim e prato. Carlinhos Gonzáles no ganzá, tamborim e efeitos. Na marcação – André Rocha no surdo, Nene Brown no Tantã e ainda João ?Sensação? no pandeiro. A harmonia ficou por conta de Prateado, produtor-maestro, que para evitar o baixo elétrico, tocou baixolão. Jorge Simas tocou violão de sete cordas, Marcos Arcanjo, violão de seis cordas, Mauro Diniz foi de cavaco, Fred e Arlindo Cruz no banjo. Arlindinho fez play-back no estúdio. Os complementos melódicos ficaram por conta de Anselmo Lima (nos sopros ) e Rildo Hora (realejo), gaita. O coro foi composto por Levy, Ary Bispo, Renata Santana, Flávia Santana, Jorge Santana, Paulo Santana, Débora Cruz e Babi. Então, o ?Pagode do Arlindo? ficou assim:

Serviço:

Lançamento Projeto Samba do Morro com show do Pagode do Arlindo, Arlindo Cruz
Onde: Morro do Batel ? Rua Bispo Dom José, 2459
Quando: 14 de junho quinta-feira. Abertura da casa 21h, início das apresentações 22h
Quanto: R$ 30 por pessoa
Pontos de Venda: Mania do CD, Esquina Brasil, Morro do Batel e Disk Ingresso 41 3315 0808
Mais informações: 41 3039 8288

Festa da Banda Daquele Jeito e inauguração novo espaço Castelo do Batel
Onde: Castelo do Batel
Quando: 16 de junho sábado. Abertura da casa 22h
Quanto: R$ 30 masculino e R$ 20 feminino
Pontos de Venda: somente na hora, no Castelo do Batel
Mais informações: 41 3027 0072