Religião e indagações

É um tempo de guerra, o que favorece uma volta à espiritualidade. Essa afirmativa pode ser medida pelos lançamentos do mercado editorial ligado à religião, mediunidade e ufologia.

Caminhos da Alma, título inaugural da coleção Memória Afro-brasileira da Selo Negro Edições, apresenta o universo das religiões herdadas da África através da história da vida dos pais e mães de santo Andresa e Dudu (Maranhão), Adão e Badia (Pernambuco), Nanã (Sergipe), Menininha do Gantois (Bahia), Joãozinho da Goméia e Zélio de Moraes (Rio de Janeiro), Caió de Xangô (São Paulo) e Moça da Oxum (Rio Grande do Sul).

Com organização de Vagner Gonçalves da Silva, nove antropólogos focalizam os processos culturais, sociais e aspectos das religiões afro-brasileiras. O painel elucidativo e atraente Jesus e Buda, Irmãos, do monge vietnamita Roberto Argus (Editora Bertrand Brasil), sublinha o diálogo entre o budismo e o cristianismo. Nele, Jesus e Buda se sentam e conversam sobre as oraç ões e os rituais de suas respectivas religiões. Perguntam como um pode ajudar o outro a renovar os costumes de cada uma dessas tão influentes religiões. Analisam os pontos em comum entre conceitos de suma importância como o renascimento e a prática da conscientização. Observam em que ponto a compreensão budista sobre a natureza da realidade e o conceito de Deus se encontram.

As Religiões no Egito Antigo (Editora Nova Alexandria) é um compêndio em que intelectuais norte-americanos, com organização de Byron E. Shafer, apresentam abordagens inovadoras sobre crenças de uma civilização que floresceu durante três mil anos.

Totalmente ilustrado, o livro é dirigido a todos os interessados em cultura egípcia e analisa de que maneira o povo do Egito antigo buscava respostas a questões como a origem dos deuses e do universo, o sentido da vida e o destino do homem após a morte, o propósito do sofrimento, etc. Os autores procuram identificar os conceitos e práticas religiosas tanto da elite intelectual quanto do homem comum, revelando as transformações na maneira de representar e pensar o divino ao longo da história.

As Grandes Profecias – Uma nova chave de leitura das mais célebres previsões da história (Editora Bom Texto) traz o jornalista Franco Cuosmo analisando temas que entram vigorosos mesmo no terceiro milênio. O livro é apaixonante, pois que o autor reconstitui todas as profecias, desde os caldeus que “ouviam” estrelas a Nostradamus, passando pelos profetas bíblicos. Não faltam nem as recentes mensagens da Nossa Senhora de Medjugorje. E, ao fim, o autor repara: “Não há destino apocalíptico que não possa ser mudado”.

Ensinamentos Espirituais de Marco Aurélio (ARX Editora) propõe uma reflexão sobre a essência humana a partir do imperador romano que viveu há mais de 1800 anos e cujos ideais serviram de base para o filme O Gladiador. Ele foi, pelo menos aos olhos da posteridade, um guerreiro admirado e costumava anotar pensamentos e meditações.

O autor, Mark Forstater, adaptou as idéias e os princípios relevantes para o mundo romano do século II e tornou-os acessíveis aos leitores do século XXI. Na primeira parte, Forstater apresenta a vida e a filosofia do imperador romano, mostrando como a série foi organizada. Na segunda, introduz os exercícios espirituais, divididos em oito segmentos: vivendo no mundo, cultivando o ser, o espírito interior, contemplando a morte, tudo muda, com a natureza, a paz está em nossas mãos.

Caminhos do Islã, coletânea organizada por Marco Lucchesi para a Editora Record, reúne ensaios assinados por nomes como Roger Garaudy, Louis Massignon e outros intelectuais. Eles sintetizam alguns dos aspectos mais relevantes da cultura e religião islâmicas, vítimas da incompreensão e do preconceito ao longo dos séculos.

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