Quentin Tarantino cancela vinda ao Festival do Rio

Quentin Tarantino não virá mais ao Brasil para a cerimônia de encerramento do Festival do Rio, com “Bastardos Inglórios”. Uma nota da distribuidora do filme no País, divulgada ontem, anuncia que Tarantino está estressado, por conta das múltiplas viagens que tem feito em função do filme. Ele se desculpa, mas riscou o Brasil de sua agenda. O festival perde um de seus principais atrativos, mas segue adiante com o que ainda tem a oferecer.

Foram três dias apenas, de Première Brasil, e a verdade é que o que parecia uma grande seleção vem se revelando um tanto decepcionante. Não que faltem atrativos aos filmes exibidos, mas nenhum é grande, exceto o de Karim Ainouz e Marcerlo Gomes, “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”. O documentário sobre o diplomata Sérgio Vieira de Mello, “Um Brasileiro no Mundo”, mostra que se trata de um personagem extraordinário. Merecia um filme melhor do que o que lhe dedicou o diretor Greg Barker. O formato é de documentário de TV, mas é difícil resistir à emoção de momentos como a fala dos familiares.

Radical como experiência autoral, o novo filme de Suzana Amaral, “Hotel Atlântico”, marca mudança de rumo na obra da diretora, que agora volta-se para o mundo masculino, a partir do livro de João Gilberto Noll. Seu filme tem coisas fortes – a entrega do elenco, a intensidade das cenas de sexo -, mas desconcerta sem a contrapartida de instigar.

Uma atração internacional do Festival do Rio é o filme coreano de Boong Joon-ho, “Mother”. O diretor é o mesmo de “O Hospedeiro”, onde o monstro que irrompia nas águas poluídas da baía de Seul virava metáfora para que Joon-ho falasse de relações familiares. Aquele era um filme de grande orçamento, centrado em personagens masculinas. Movido pelo desejo de mudar – de se contradizer, o mesmo que move Suzana Amaral – pequeno orçamento e uma personagem feminina. A figura dessa mãe coragem é inesquecível, como o público poderá confirmar em breve, na Mostra de São Paulo.

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