Promotores discutem “Lei do Público”

A Associação de Marketing Promocional do Paraná (Ampro), que tem cerca de 30 empresas associadas, vai pedir uma cadeira na Comissão Permanente de Análise de Eventos de Grande Porte em Curitiba. A criação da comissão é um dos pontos do projeto ordinário que está tramitando na Câmara Municipal, de autoria do vereador André Passos (PT), que define regras para o setor.

Para o secretário-executivo do órgão, Julio Feijó Neto, eles têm experiência prática na realização de eventos e podem contribuir de modo significativo no trabalho da comissão: “Eles têm o conhecimento da legislação e técnico, nós temos o prático”, explica, lembrando que seria escolhido um profissional reconhecido para a vaga.

O projeto de lei, que está sendo chamado de “Estatuto do Público”, ganhou corpo depois da tragédia do Jockey Club, em maio, quando três adolescentes morreram pisoteados no show Unidos Pela Paz, com as bandas Natiruts, Tihuana, Raimundos e Charlie Brown Jr. As leis vigentes são de 1950, e tratam de modo igual todos os eventos.

O assunto despertou o interesse dos promotores e produtores a partir do cancelamento de diversos eventos na capital, como o festival Kaiser Music, que traria as bandas Deep Purple e Sepultura, e o Skol Hip Rock, com Nação Zumbi, Marcelo D2, Los Hermanos, Xis, O Rappa e outros. “É importante participarmos da discussão neste momento, uma vez que esses shows envolvem patrocínios e ações promocionais, atividades desenvolvidas por nossos associados. O episódio lamentável do Jockey acabou assustando aqueles que investem em nosso segmento. Por isso, com calma e depois das análises, vamos apresentar a nossa proposta”, informa Adriano Reis, presidente da associação no Paraná.

Engenheiro

Além da cadeira no conselho, a associação também vai propor a exigência do aval de um engenheiro para a realização dos eventos. “Deve haver um estudo técnico sobre as instalações elétricas, estrutura metálica, o peso que o palco suporta”, exemplifica. Durante a reunião foi citado um show que ocorreu em Brasília, onde várias pessoas foram mortas. Por problemas na instalação elétrica, a multidão que estava mais atrás deixou de ouvir as músicas e começou a ir em direção ao palco.

As propostas devem ser apresentadas à Câmara amanhã. Júlio também pede agilidade na tramitação. “É preciso que a lei seja aprovada o mais rápido possível, porque já estamos perdendo eventos e promoções. Temos que demonstrar que existe uma estrutura consolidada, que vai trabalhar com seriedade e profissionalismo. Tudo isso vai tranqüilizar o mercado de eventos, que vai poder voltar a investir na cidade, porque as medidas necessárias estão sendo tomadas.”

O vereador André Passos apóia a participação da Ampro e também defende que membros da comunidade, grupos de jovens ou associações tenham voz na comissão. Para ele, a legislação trouxe muitos avanços, mas olha com ressalvas a classificação do que seria um grande evento. Pela Câmara, qualquer evento em local fechado com capacidade para mil pessoas ou mais, ou aberto com capacidade superior a duas mil pessoas, são considerados de grande porte. Ele diz que muitos eventos ocorrem assim na capital, o que traria dificuldades para fiscalizar todos, o que deixaria a situação como está. (Colaborou Luigi Poniwass)

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