Projeto ‘É Tradição e o Samba Continua’ estreia em SP

Não deixa de ser uma alfinetada desferida pela primeira vez pelo maior sambista paulista de todas as eras, Geraldo Filme, quando criou o samba “Eu Vou Mostrar”. “Eu vou mostrar que o povo paulista também sabe sambar… Somos paulistas e sambamos pra cachorro, pra ser sambista não precisa ser do morro.” Com uma pandeirada só, Filme derrubava a máxima de que sambista bom é carioca e sambista excelente tinha de viver na favela.

A segunda edição do projeto “É Tradição e o Samba Continua…”, frase do próprio Filme no samba “Tradição”, começa nesta quarta, atravessa a Virada Cultural (apesar de não fazer parte de sua programação oficial) e vai até domingo com um panorama do que São Paulo pode se orgulhar no assunto. Quarta, às 21 h, no Memorial da América Latina, o show é de Quinteto em Branco e Preto com Virgínia Rosa e Célia. Na quinta, Fabiana Cozza com Adriana Moreira e Tereza Gama. No sábado, só mulheres: Ana Elisa, Elizeth Rosa, Graça Braga, Railídia e Dona Inah. E, no domingo, nomões veteranos: Toinho Melodia, Chapinha, Osvaldinho da Cuíca e Velha Guarda da Camisa Verde e Branco.

Chapinha não gosta de comparações entre os três principais ramais do gênero, o paulista, o carioca e o baiano. “Samba é um só.” Mas ao falar da importância de se colocar em cena um evento fechado no samba nascido e criado nos terreiros paulistas, reconhece que São Paulo tem que se impor. “Assim como saíram pedras preciosas do Cacique de Ramos (no Rio de Janeiro), tem gente de lá que não conhece o Monarco da Portela. O pessoal de São Paulo não deve nada a sambista de lugar nenhum. Você não tem ideia da quantidade de gente boa que ficou de fora desse projeto”, diz ele, autointitulado um militante do samba paulista.

“Alguns vieram querendo cantar samba carioca, mas não. Decidimos mostrar aqui só o samba paulista.” Além das noites no Memorial, o projeto terá, no dia 20 de maio, um domingo, às 18 h, uma roda no palco do Auditório Ibirapuera com a turma do Samba da Vela, Graça Braga, a fabulosa Tia Cida de São Matheus e a rapaziada do Samba da Laje. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

É TRADIÇÃO E O SAMBA CONTINUA…

Memorial da América Latina (Rua Auro Soares de Moura, 664). Tel. (011) 3823-4600. Quarta a sáb. 21 h; dom., 20 h. R$ 6. Até 6/5

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