Produtores do Rio fazem 1º longa-metragem para celular

Vida de Balconista é possivelmente o primeiro longa-metragem feito no Brasil para caber na telinha do aparelho celular e tem lançamento previsto para janeiro de 2009. É o que prometem os produtores cariocas do filme sobre funcionário de uma locadora de vídeos que sonha em ser Tarantino um dia. O filme teve origem na série Mateus, o Balconista.

Mateus é balconista de uma locadora de filmes que interage com seus clientes nada normais. Para a série, foram produzidos episódios de três a cinco minutos cada um. Os tipos são os mais esquisitos possíveis – e o incrível é que eles existem mesmo, e povoam a locadora carioca Cavídeo, de Cavi Borges, o diretor e um dos criadores do filme (com o ator Pedro Monteiro). Tem o cinéfilo, o falso cinéfilo, a gostosa, o devedor, a carente, a mulher que só gosta de filme do Van Damme.

O protagonista é vivido por Mateus Solano, o balconista que sonha em ser um Tarantino. Metido e galanteador, ele faz rir, seja ao debochar do “cliente-lançamento”, para quem “filme bom é filme novo”, ao desmanchar-se pela gostosa, para quem libera uma dívida, ou ao buscar um filme para o sujeito chato que diz ter visto todos os títulos da locadora.

“Isso é o que mais existe. Na verdade, esse cara não viu nada e ainda é mal-humorado”, entrega Cavi, um ex-judoca boa-praça que abriu sua loja há 11 anos e acabou virando diretor de cinema (com Emílio Domingos, ele está lançando o documentário L.A.P.A., sobre o universo hip-hop da Lapa carioca).

O filme custou R$ 12 mil, está sendo montado e deverá ficar com 70 minutos. A Oi está negociando a exibição em seus aparelhos. “Celular pede coisas rápidas, então, de repente, pode nem dar certo”, brinca Cavi. “Mas o filme é todo fragmentado, são como esquetes que funcionam sozinhas.” O amigo e companheiro de projeto Pedro Monteiro, que no filme é o cinéfilo, lembra que as situações foram retratas sob uma lente de aumento – a idéia é fazer graça mesmo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.