Principal grupo circense do Paraná vira tema de livro

É impossível falar sobre circo em Curitiba sem lembrar da família Queirolo, mais especificamente dos irmãos Julian e Otelo, intérpretes da dupla de palhaços Harris e Chic-Chic. Durante muitos anos, eles fizeram a alegria de adultos e crianças que viveram ou estiveram de passagem pela capital paranaense. Hoje, a história dos dois e de sua troupe se encontra um pouco esquecida. Porém, pode ser lembrada através da obra O circo e a cidade: histórias do grupo circence Queirolo em Curitiba, que será lançada amanhã, pelo jornalista Luiz Andrioli, na Livrarias Curitiba do ParkShopping Barigüi.

?Meu relacionamento com a família Queirolo começou há dez anos. Eu era ator e me envolvi com circo. Foi quando conheci alguns descendentes dos irmãos Queirolo e fiquei impressionado com tudo o que eles representavam. Também me surpreendi ao descobrir que ninguém nunca tinha se interessado em contar suas histórias. Foi daí que surgiu a idéia de escrever o livro e resgatar memórias?, revela Andrioli.

A obra conta a trajetória dos irmãos Queirolo em Curitiba do início da década de quarenta até o final da década de setenta. De origem uruguaia, eles chegaram à cidade em 1942, para inaugurar o Pavilhão Carlos Gomes, considerado um dos principais centros de diversão da época, e trabalhar no Cassino Ahu, onde participavam de números acrobáticos. A partir de 1950, realizaram uma série de viagens pelo Paraná, voltando a se estabelecer na capital em 1956.

No ano de 1960, com a inauguração da TV em Curitiba, o circo começou a entrar em decadência e Julian e Otelo passaram a trabalhar no novo veículo. Eles participaram de programas como Fiorela, Chiquinho Canal 6, Cirquinho do Chic-Chic e Clube do Capitão Furacão. ?No final da década de setenta, a Prefeitura deu um circo aos irmãos Queirolo para que eles tentassem resgatar as tradições circenses dentro da capital. A iniciativa não deu certo e eles devolveram a lona que haviam recebido, chegando à conclusão de que os tempos haviam mudado bastante. É aí que minha história termina?, conta o jornalista. ?Sei que, atualmente, os descendentes dos Queirolo exercem diversas profissões, mas muitos deles ainda estão, de alguma maneira, ligados à arte.?

A obra de Andrioli, que será comercializada por R$ 25,00, está na segunda edição. A primeira foi lançada em 2006, com financiamento do Fundo Municipal da Cultura, da Prefeitura. Em breve, o autor também pretende transformar o livro – escrito a partir de fotos antigas, livros e depoimentos – em documentário. 

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