Polêmicas e processos gerados por biografias

Foto: Divulgação

Roberto não quer invasão
de privacidade.

Escrever uma biografia é um trabalho árduo. É preciso passar anos vasculhando arquivos em busca de notícias de jornais e outros documentos que possam esclarecer passagens nebulosas da vida do biografado. As entrevistas com amigos, familiares, e até com inimigos são fundamentais para ver todos os lados da história. Mas, muitas vezes, os autores têm trabalho mesmo depois da publicação, quando começam a aparecer os processos judiciais.

?Acho que todos esses processos são uma ameaça à liberdade de expressão. A continuar assim, vai ser impossível se escrever a História do Brasil?, opina Ruy Castro. Autor de sucessos como O anjo pornográfico, Castro foi processado pela família do jogador Garrincha por causa de seu livro Estrela solitária.

?Dois advogados convenceram as filhas de Garrincha de que elas poderiam ganhar dinheiro com o livro. Antes de Estrela solitária chegar às lojas, elas procuraram a editora dizendo que iam processar por calúnia, a menos que pagassem uma certa quantia. Ou seja, se pagasse podia caluniar. Por trás da moral supostamente ofendida, existe em alguns casos um oportunismo velhaco?.

Para Castro, não é preciso pedir autorização da família do biografado para se escrever um livro com sua história. ?Não dá para fazer um livro sem a ajuda da família do personagem. Precisamos da família não para que ela autorize a publicação do livro, mas para que ela colabore fornecendo informações, fotos, documentos e etc?.

Caso ?Rei?

Os advogados de Roberto Carlos devem entregar para o cantor ainda nesta semana um levantamento sobre possíveis irregularidades no livro Roberto Carlos em Detalhes, de Paulo César de Araújo. ?Do ponto de vista jurídico, há duas coisas que consideramos irregulares: uma é invasão de privacidade, quando relata fatos que, embora verdadeiros, são da esfera íntima da pessoa, por exemplo, alguns detalhes da doença de Maria Rita. E outra coisa são vários episódios que são ofensivos à honra e que não se passaram daquela maneira?, diz Marco Antonio Campos, que está à frente do caso.

Campos explica que agora cabe a Roberto e aos outros que podem ter se sentido ofendidos decidirem sobre as ações judiciais que vão mover. Isto deve acontecer na semana que vem.

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