Eles estão ?mais tranqüilos, mais gordos e mais velhos?. Oneide Dee Diedrich (vocais), Joca Pelebrói (guitarra), Paulo Svolenski (baixo) e Guilherme Bandeira (bateria) formam o Pelebrói Não Sei?, que chega ao quarto CD com a mesma vontade de fazer o bom e velho punk rock. ?Estamos cada vez mais parecidos com nós mesmos?, define Oneide, em texto no site www.pelebroi.com.br.
Com influências que vão de Ramones a Tangos e Tragédias, passando por Replicantes, Raul Seixas e Chico Buarque, o Pelebrói conquistou um público ainda pequeno, mas fiel, espalhado pelo Brasil. Agora, de gravadora nova – a Monstro Discos, de Goiânia -, os Pelebróis esperam contar com maior estrutura de divulgação e ampliar a agenda de shows.
Os fãs da banda não vão se decepcionar com Aos farsantes com carinho. O novo disco traz os mesmos elementos previstos nos trabalhos anteriores Positivamente mórbido (2001), Lágrimas alcoólicas (2003) e As outras sete faces do Sr. Down (gravado ao vivo na Grande Garagem que Grava, em 2005), talvez com menos irreverência e mais introspecção.
A referência aos Ramones está presente nos riffs e na letra da faixa Alice Clair. Não falta a auto-homenagem, implicitamente extensiva aos fãs, que aparece na faixa-título. A conhecida veia poética de Oneide permeia todas as letras. E o mais importante é que o Pelebrói continua conseguindo realizar a proeza de falar de amor sem ser emo.
Aos farsantes com carinho teve dois shows de lançamento: domingo passado, no Empório São Francisco, e quinta-feira, no Motorräd. Foram duas oportunidades para o público conferir que o Pelebrói não é apenas o melhor grupo de rock do Brasil, mas é também o que tem a melhor performance no palco.
Os fãs torcem agora para que a banda atinja o merecido sucesso, trilhando o caminho aberto por outro grupo curitibano, a Relespública, que ganhou um especial na MTV, com direito a CD e DVD ao vivo. Potencial para isso o Pelebrói já tem, falta abrir os canais de divulgação.
Mas para chegar lá seria interessante também romper o boicote das rádios locais, como a 91 Rock (91,3) e a Lúmen FM (99,5). Na Rádio 91 Rock, a coordenadora de programação parece mais preocupada em tocar jabás de artistas como Pitty e CPM 22 do que em divulgar bandas independentes. Na Lúmen, o coordenador Jack Shadow renegou suas origens roqueiras, pois não se ouve sequer Ramones na programação.