Pela primeira vez, Fernanda Paes Lemes fará uma novela do começo ao fim

tv31.jpgFernanda Paes Leme já não agüentava mais só pegar o bonde andando na Globo. Desde que soube que o seriado Sandy & Júnior havia chegado ao fim, em 2003, sonhava com o dia em que, finalmente, poderia fazer novelas. Convites, aliás, não faltavam. Mas só para participações especiais. O primeiro para Agora é que são elas, de Ricardo Linhares, e o segundo para Da Cor do Pecado, de João Emanuel Carneiro. Por isso, quase não acreditou quando o diretor Jayme Monjardim a convidou para integrar o elenco de uma novela. Do começo ao fim, é bom que se diga. E o melhor: no horário das oito, o mais valorizado da emissora. ?Não é por ser uma novela das oito que vou me empenhar mais ou menos, mas a responsabilidade é maior?, compara.

Em América, Fernanda interpreta a sofrida Rosário. Filha de Consuelo, personagem de Cláudia Jimenez, ela não vê a hora de reencontrar a mãe, uma imigrante mexicana que, há muito, vive nos Estados Unidos e que só agora teve condições de mandar buscá-la. Mas, ao contrário da irmã Inesita e da tia Mercês, vividas por Juliana Knust e Rosi Campos, Rosário ainda não conseguiu cruzar a fronteira. ?Desde que voltei ao Brasil, todo tipo de gente que você puder imaginar já veio me parar nas ruas. De criança a velhinho, a pergunta é sempre a mesma: ?A Rosário vai conseguir chegar aos Estados Unidos???, empolga-se a atriz, que jura de pés juntos não ter a resposta que todos anseiam. ?Eu acho que sim, mas ela ainda vai sofrer um bocado no México?, previne.

Sem choro

Por sorte, Fernanda não é do tipo de atriz que leva personagem para casa. Ela não tem o hábito de ficar se debulhando em lágrimas depois de gravar uma cena mais dramática… ?Já imaginou? Ficar chorando o dia inteiro? Não tenho vocação para isso!?, assegura. Mesmo assim, ela conseguiu a façanha de emocionar a equipe técnica de América quando gravou a primeira cena de sua personagem no México. Aos prantos, Rosário tentava encontrar a tia Mercês, durante a primeira tentativa frustrada da família de entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Quando o diretor Jayme Monjardim gritou Corta!, todos parabenizaram a atriz. ?Na hora, fiquei toda prosa, porque nem todos ali conheciam o meu trabalho. Sei que, inconscientemente, rola um preconceito por eu ter começado em seriado adolescente. Mas acho isso natural. Cabe a mim provar que tenho talento?, acredita a atriz.

Coincidência ou não, Fernanda nunca ficou muito tempo fora do ar desde que despontou na tevê em 1999, como a mimada Paty de Sandy & Júnior. Ainda na época do seriado, sobraram convites para a moça ingressar em outras produções da casa, como Uga Uga, de Carlos Lombardi; Andando nas Nuvens, de Euclydes Marinho, e Presença de Anita, de Manoel Carlos. E, mesmo depois do fim de Sandy & Júnior, Fernanda só fez emendar uma produção na outra: Sítio do Pica-Pau-Amarelo, Agora é que São Elas, Um Só Coração, Da Cor do Pecado… ?Acho que estou correspondendo às expectativas. Se não estivesse, ninguém me chamava para tantos trabalhos bacanas?, raciocina ela.

Diversificando

De fato, dos atores que integraram o elenco de Sandy & Júnior, Fernanda Paes Leme talvez seja a mais promissora deles. Enquanto Paulinho Vilhena, só para citar um, volta a interpretar o malandro conquistador de sempre em A Lua me Disse, Fernanda dá um passo adiante em sua carreira ao viver uma personagem mais densa e circunspecta em América. Um tipo bem diferente do que interpretou em Agora é que são elas, a independente Karina, ou em Um Só Coração, a fogosa Elisa. Mesmo assim, do alto de seus 21 aninhos, prefere não criar expectativas. Ou fazer planos. Pelo contrário. Deixa as coisas acontecerem… ?É que nem namorado. Quando você quer muito, não aparece ninguém. Mas, quando você menos espera, pinta alguém interessante?, compara ela, que namora Bruno Gomes, o vocalista do Jeito Moleque, há quatro anos.

Em fase de crescimento

 Quando criança, Fernanda Paes Leme sonhava em ser cantora. Mas não uma cantora qualquer… ?Eu queria ser vocalista do Trem da Alegria?, especifica, referindo-se ao grupo infantil que fez sucesso nos anos 80s. Já o pai, o jornalista esportivo Álvaro José, queria que ela fosse atleta. Não por acaso, batizou a filha com o mesmo nome da jogadora de vôlei Fernanda Venturini, de quem sempre foi fã. No final das contas, nem cantora, nem atleta. ?Desde pequena, sempre gostei muito de aparecer. Pedia para minha mãe me levar a uma agência de publicidade, mas meu pai sempre dava o contra?, entrega.

 Apesar da forte resistência paterna, Fernanda começou na tevê aos 10 anos, em um comercial de suco de frutas. Quando completou 15, resolveu fazer um curso de interpretação para tevê com o professor Beto Silveira, o mesmo de Ana Paula Arósio e Maria Fernanda Cândido. Lá pelas tantas, foi chamada para fazer testes para Sandy & Júnior. Dos 15 aos 19 anos, estudava em São Paulo pela manhã e, à tarde, corria para Campinas, onde o seriado era gravado. ?À noite, voltava para casa e, no dia seguinte, tudo recomeçava. Passava mais tempo com o pessoal da série do que com a minha família?, contabiliza.

Em pouco tempo, a menininha que infernizava a vida de Sandy no seriado dominical cresceu e apareceu. Em Um Só Coração, gravou as primeiras cenas sensuais de sua carreira ao lado de Herson Capri e Marcello Antony. ?Esse tipo de cena é sempre constrangedora. Ou você fica mal ou se diverte. Optei pela segunda?, despista. Além disso, começou a enfeitar também sites e revistas provocantes, como Paparazzo e VIP, que chegou a elegê-la como uma das mais sensuais do Brasil. ?Não sei de onde tiraram essa idéia. É por isso que as pessoas ficam desapontadas quando me vêem nas ruas. Sou tão molecona…?, imagina.

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