Peças vindas do Rio são destaques na temporada 2013

A temporada teatral de 2013 começou cedo. Verdade que a cena comercial aguarda o fim das férias para apresentar seus maiores trunfos. Mas ainda no decorrer de janeiro, uma série de espetáculos importantes, produzidos pelos coletivos teatrais da cidade, deve entrar em cartaz. “Abajur Lilás ou Uma Medeia Perdida na Augusta” é um dos primeiros títulos a estrear.

Poderá ser vista no Sesc Belenzinho a partir de quinta e marca o retorno do diretor Joaquim Goulart. No ano passado, ele chegou a dirigir uma versão da obra de Ziraldo para crianças, mas o teatro adulto se ressente a mais tempo de sua ausência: foi em 2009 que dirigiu “O Funâmbulo” e em 2008 que apresentou “Bartleby”, feliz adaptação de José Sanchis Sinisterra para a ficção de Herman Melville que trazia Cácia Goulart como protagonista. Em “Abajur Lilás ou Medeia…” o encenador volta a trabalhar com a atriz. Também recupera seu antigo e profícuo vínculo com a dramaturgia de Plínio Marcos. Do autor santista, ele já havia dirigido “Quando as Máquinas Param” (2001) e “Navalha na Carne” (2003).

Dessa vez, porém, o universo marginal de Plínio Marcos é retomado em associação com uma figura mítica do teatro clássico: Medeia. “Ao aproximar as duas obras tenho a oportunidade de criar uma encenação dentro de outra. Sem que isso signifique fazer metateatro”, argumenta. O enredo original de “Abajur Lilás” está mantido: em um prostíbulo, o cafetão Giro mantém sob seu domínio três prostitutas, Leninha, Dilma e Célia. Aqui, contudo, a trama é transportada para a Rua Augusta e todos os atores desempenham papéis duplos: Célia é também Creonte. Giro é Medeia, mas também simboliza o “Ator”. “Acabamos falando da solidão do ator, que hoje é como uma Medeia a vagar perdida pela Augusta”, considera Goulart.

Ainda neste mês, entram em cartaz “Concílio da Destruição”, montagem da Cia. Les Commediens Tropicales, e “Ensaio”, trabalho do premiado diretor e dramaturgo Leonardo Moreira. Na nova peça, Moreira mescla o teatro ao cinema, para observar as fronteiras entre ficção e realidade.

Uma boa safra de títulos assistida pelo Rio em 2012 também deve desembarcar por aqui ao longo do ano. Em fevereiro, a Cia. Armazém de Teatro encena “A Marca da Água”. Já para o mês de março, estão prometidas “O Desaparecimento do Elefante”, de Monique Gardenberg, e “Esta Criança”, de Marcio Abreu. Festejada entre os cariocas e recordistas de indicações ao Prêmio Shell, “Esta Criança” traz Renata Sorrah no elenco e é uma das estreias mais aguardadas na temporada. Igualmente aguardadas, mas ainda sem data definida para estreia, são “Os Sonetos de Shakespeare”, do diretor norte-americano Robert Wilson , e “A Arte e a Maneira de Abordar o seu Chefe para Pedir um Aumento”, obra dirigida por Guel Arraes e protagonizada por Marco Nanini.

Enquanto todas as novidades não chegam, também vale aproveitar várias das reestreias agendadas. Eis uma boa chance de conferir “Cais ou da Diferença das Embarcações”, que retorna ao Instituto Capobianco no dia 12 de janeiro. Quem não assistiu, também deve aproveitar a chance de ver “Terra de Santo”, que retorna no dia 2 de fevereiro ao Espaço dos Fofos. A obra do diretor Newton Moreno e da Cia. Os Fofos Encenam foi um dos destaques de 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O QUE VEM POR AÍ

“A Arte e a Maneira…”

Peça com Marco Nanini está entre as mais aguardadas

“Esta Criança”

Elogiada no Rio, montagem com Renata Sorrah estreia em março

“Ensaio”

Novo espetáculo do diretor Leonardo Moreira estreia este mês

“Terra de Santo”

Obra de Newton Moreno está entre as boas reestreias

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