Peça selecionada para o Fringe 2003 estréia hoje

Do cinema para o palco, o diretor Luciano Coelho apresenta o espetáculo Grandes Esperanças, adaptação para teatro da obra homônima de Charles Dickens. Peça e direção passam pelo aval do público a partir de hoje. E no Fringe, espaço democrático do Festival de Teatro de Curitiba, estréia no próximo dia 21.

A peça conta a história do pobre menino Pip (André Coelho/Marcelo Munhoz), que tem grandes esperanças de ser rico, se tornar um cavalheiro e de conquistar uma menina rica chamada Estela (Janja), a quem ele ama profundamente. Mas Estela mora com a Srta. Havisham (Regina Bastos), uma mulher amarga que foi abandonada pelo noivo no dia do casamento e que deseja se vingar dos homens através da própria Estela.

Pip é órfão, criado pela irmã severa (Marísia Bruning) e seu marido (Miguel Bretas), um humilde ferreiro, cujo sonho é passar os segredos da profissão para o jovem cunhado. Um dia uma herança inesperada acaba concretizando parte dos sonhos de Pip. Nesse caminho de grandes esperanças, ele se depara com uma série de outros personagens: a doce professora Biddy (Janja), o advogado Jaggers (Márcio Mattana), o prisioneiro Magwitch (Nilo Dörr) e o amigo fiel Herbert (Gabriel Gorosito).

“A peça fala de injustiça, amor e manipulação; de como as nossas expectativas fantasiosas nem sempre se concretizam na realidade”, comenta Janja, elaboradora do ambicioso projeto. A façanha de adaptar uma obra clássica da literatura inglesa, muito extensa e com uma grande variedade de personagens, ficou a cargo de Luciano Coelho e do ator Marcelo Munhoz, agora atuando também como assistente de direção.

Na adaptação, a trama se concentra em treze personagens, vividos por nove atores. Para contar a história, a solução encontrada foi manter o narrador do livro – Pip adulto (Marcelo Munhoz) – e fazer a interação em cena deste personagem com ele mesmo jovem (André Coelho).

O cenógrafo Guilherme Macedo vale-se de uma colcha de retalhos que divide o palco em duas partes: uma mais clara e acolhedora e outra mais escura e sombria. O cenário minimalista visa valorizar os figurinos e o trabalho dos atores, e oferece infinitas possibilidades para a iluminação do premiado Beto Bruel.

“Sempre tive uma relação mais forte com o cinema, mas a curiosidade de um primeiro contato com a direção teatral não era pequena. Talvez só faltasse o convite”, explica Luciano, premiado curta-metragista. E agora ele repara: “No teatro, o enquadramento é o palco, onde o desafio é trabalhar o tempo todo com atores de corpo inteiro”.

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De hoje ao dia 20 e de 2 a 13 de abril. De quarta a sábado, às 21h, e aos domingos às 19h. No Teatro José Maria Santos (Rua 13 de Maio, 655 – tel.: 322-7150). Ingressos a dez e cinco reais.

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