A histórica cidade de Paranaguá vai receber a Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) pela primeira vez  hoje, para uma apresentação, a partir das 21h, no palco principal da Praça da Fé. O concerto encerra os festejos em homenagem a Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná, e terá a regência do diretor musical e maestro titular da orquestra, Alessandro Sangiorgi.

A expectativa dos organizadores da Festa do Rocio é de que um público de 50 mil pessoas prestigie o concerto da OSP, que acontece logo após a missa de encerramento agendada para a Catedral Diocesana de Paranaguá.

A Orquestra Sinfônica do Paraná esteve pela primeira vez no litoral do Estado em 1995, num concerto realizado em Praia de Leste. Para Dóris Teixeira, diretora-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, o concerto em Paranaguá certamente ficará marcado na história da orquestra e do Paraná. “É uma grande honra para nós participar dessa festa tão tradicional e realizar essa apresentação numa das cidades mais importantes do nosso Estado. A população certamente vai prestigiar a nossa orquestra”, diz Dóris.

O programa que o maestro Sangiorgi preparou para essa ocasião especial inclui trechos das óperas Carmen e Arlesiana, de Bizet, a abertura da ópera Bodas de Fígaro, de Mozart, a suíte do balé O Quebra Nozes, de Tchaikovsky, a abertura da ópera Guilherme Tell, de Rossini, Batuque, de Lorenzo Fernandez, e Bolero, de Ravel.

Devoção

A devoção de Nossa Senhora do Rocio existe há mais de 350 anos, quando a imagem da Virgem foi encontrada nas águas da Baía de Paranaguá, bem em frente ao local onde hoje encontra-se o Santuário do Rocio, e retirada nas redes por um pescador conhecido como Pai Berê. A imagem tornou-se conhecida pelo nome de Nossa Senhora do Rocio e passou a ser venerada primeiramente na cabana de Pai Berê, sendo, posteriormente, erguida uma capela em seu louvor, para onde seguia todo o povo da Vila de Paranaguá.

O nome Rocio, que na linguagem antiga significa orvalho, foi escolhido porque a imagem foi encontrada nas águas da baía. Outra lenda conta que a imagem foi achada numa touceira de rosas loucas, toda coberta de orvalho, no barranco à beira da baía. A fé e confiança na Virgem Maria, profundamente enraizadas na cultura e na vida do povo, aliadas aos muitos milagres narrados e registrados pela literatura eclesial, fizeram com que a devoção se espalhasse pela região litorânea e por todo o Paraná. Em 1977, por solicitação de autoridades civis e eclesiásticas do Estado, Nossa Senhora do Rocio foi declarada pela Santa Sé como Padroeira do Paraná.

Apresentação à rede de ensino

A Orquestra Sinfônica do Paraná fez ontem, no Canal da Música, o último concerto didático deste ano, destinado aos alunos da rede pública de ensino. A série, chamada As Famílias dos Instrumentos da Orquestra, atingiu um público de quase oito mil estudantes de três a catorze anos de idade em 2002. A apresentação teve regência do maestro titular da orquestra, Alessandro Sangiorgi.

A série, criada no ano passado, foi concebida com o objetivo de levar aos estudantes o conhecimento básico do funcionamento de uma orquestra, com sua divisão em famílias (cordas, madeiras, metais e percussão) e a interação de seus grupos, propiciando às crianças e adolescentes a oportunidade de se tornarem ouvintes mais conscientes.

Segundo Sangiorgi, a iniciativa é fundamental para a formação de um público criativo, no sentido de capacitá-lo a desfrutar toda a grandeza de uma orquestra sinfônica e de um repertório que é um gigantesco patrimônio cultural da humanidade. “A importância está não apenas na sua natureza educativa, mas também na possibilidade de permanente formação de platéia”, diz o maestro.

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