Para Joana Limaverde, o artista deve ir aonde o trabalho estiver

Joana Limaverde não é do tipo que espera as oportunidades caírem do céu. Quando quer muito alguma coisa, vai à luta e faz tudo para conquistá-la. Foi assim que conseguiu uma vaga em Celebridade. Assim que soube que a Globo estava selecionando o elenco da próxima novela das oito, Joana se encheu de coragem e mandou um e-mail para o autor Gilberto Braga. Dez minutos depois, ele respondeu, marcando dia e hora para um teste. “Infelizmente, não passei. O personagem não era lá muito o meu tipo físico”, justifica. Logo, Joana se conformou com o resultado. Mas o autor Gilberto Braga, não. “Dias depois, ele ligou para o meu celular só para dizer que tinha um papel sob medida para mim. Foi uma surpresa e uma honra!”, orgulha-se.

O papel que Gilberto criou sob medida para Joana é o de Fabiana, a assessora para lá de discreta e elegante do inescrupuloso Renato, o editor da fictícia revista Fama, interpretado por Fábio Assunção. A estréia no cobiçado horário nobre da Globo parece recompensar a dedicação de uma atriz que já passou por tudo que é emissora de tevê. “Só faltou mesmo a Rede Brasil!”, ironiza. De fato, em oito anos de carreira, Joana emendou três novelas na extinta Manchete, passou por um sem-número de teleteatros no SBT, participou de uma “sitcom” na Band e atuou em Estrela de Fogo, da Record. “O artista tem de ir aonde o trabalho está”, ri ela, parafraseando um trecho da música Nos Bailes da Vida, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Na Globo, Joana Limaverde só chegou em 2000, através de uma discretíssima participação em Vila Madalena, de Walter Negrão. Mas também não saiu mais de lá. Fez Uga Uga, O Quinto dos Infernos e, mais recentemnte, Malhação. Além do caráter itinerante, a trajetória dessa bela morena – de impressionantes olhos verdes e hipnóticos lábios carnudos – é marcada pela diversidade de papéis. Desde que estreou em Tocaia Grande, em 1995, ela já fez prostituta, cangaceira, bruxa, vaqueira, baronesa, professora… “Ainda não posso me dar ao luxo de escolher meus personagens. São eles que me escolhem. Mas fico honrada por ter feito tipos sempre tão diferentes uns dos outros”, analisa.

Em família

A vocação artística bateu cedo à porta de Joana Limaverde. Ela veio ao mundo em 1975, bem no ano em que seu pai, o cantor Ednardo, estourava no Brasil inteiro com a música Pavão Mysterioso, da trilha sonora da novela Saramandaia. Embora não perdesse um espetáculo sequer do pai e até participasse de alguns deles como “backing vocal”, Joana logo descobriu que sua vocação era outra. Mesmo assim, ela aprendeu, desde cedo, a não se deslumbrar com a fama. “Mais do que fama, quero ter prestígio e reconhecimento. Ser reconhecida pelo meu trabalho é tudo que quero da vida!”, assegura.

Entre um show e outro do pai, Joana também não perdia um só capítulo de Anos Dourados, escrita por Gilberto Braga em 1986. Dali em diante, Joana virou fã do autor. De carteirinha. Hoje, elogia a coragem de Gilberto ao criticar o fenômeno das celebridades instantâneas no horário nobre da emissora responsável pelo Big Brother Brasil”. “Em todas as profissões, você rala anos na faculdade, faz estágio, concurso público… Por que é que na televisão tem de ser diferente?”, indaga.

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