Para acariciar os ouvidos

A boa de hoje na programação da 11ª Oficina de MPB de Curitiba é show que vai reunir o compositor e violonista Guinga, a cantora Mônica Salmaso e o clarinetista Paulo Sérgio Santos, às 21h, no Teatro da Reitoria.

No repertório, parcerias de Guinga com nomes conhecidos, como Senhorinha, Noturna e Bolero de Satan, feitas com Paulo César Pinheiro; Pra quem quiser me visitar e Catavento e Girassol, com Aldir Blanc; e Você, Você, com Chico Buarque. Outras composições de Guinga integram o set list, entre elas Cheio de Dedos, Constance e Picotado.

Atuando como professores da Oficina, os músicos unem seus talentos nessa apresentação e colocam ao alcance do público um panorama da nossa música popular atual. O carioca Carlos Althier de Souza Lemos Escobar, o Guinga, nasceu em 1950. Aprendeu violão intuitivamente aos 13 anos de idade e começou a compor aos 16 anos. Acompanhou artistas como Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaíde Costa, Cartola e João Nogueira. As composições de Guinga foram gravadas por Elis Regina, Michel Legrand, Sérgio Mendes, Leila Pinheiro, Chico Buarque, Clara Nunes e Ivan Lins, entre outros. Tem no currículo diversas apresentações na Europa e América do Sul.

Com cinco CDs gravados, Guinga ostenta os Prêmios Sharp 1996 de Melhor Disco Instrumental com o CD Cheios de Dedos e Melhor Música Instrumental com Dá o Pé Loro. O disco Suíte Leopoldina, lançado em 1999, foi considerado o melhor CD de música popular brasileira daquele ano, com lançamento nos Estados Unidos, em 2000. No ano passado, seu mais recente registro, Cine Baronesa, foi indicado ao Grammy Latino, na categoria Melhor CD de Música Popular Brasileira. Também em 2002, o artista recebeu o prêmio Rival -Petrobrás de melhor compositor brasileiro.

Qualidade vocal

Dona de um estilo único, a cantora Mônica Salmaso confirma sua qualidade vocal no espetáculo de hoje. Paulista de nascimento, Mônica começou sua carreira artística na peça O Concílio do Amor, dirigida por Gabriel Villela, em 1989. Desde então, tem gravado e se apresentado com renomados artistas brasileiros, entre eles Paulo Bellinati, Edu Lobo, Eduardo Gudin, José Miguel Wisnik, Marlui Miranda, Guinga, Nelson Ayres e a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo.

A cantora gravou seu primeiro disco, Afro-Sambas, em 1995, um duo de voz e violão arranjado e produzido pelo violonista Paulo Bellinati, contendo todos os afro-sambas compostos por Baden Powell e Vinícius de Moraes. Suas mais recentes gravações, os CDs Trampolim (1998) e Voadeira (1999), foram lançadas em países da Europa, no Japão, nos Estados Unidos, Canadá e México por selos de prestígio, como Omagatoki (Japão) e Blue Jackel (América do Norte e Europa). Aos 31 anos, a artista passa por um momento de maturidade, que já alcança projeção também no exterior. Na edição do dia 4 de fevereiro de 2002 do The New York Times, o crítico Jon Pareles coloca Mônica Salmaso como um dos principais nomes surgidos recentemente na música popular brasileira.

Eclético

O instrumentista Paulo Sérgio Santos iniciou seus estudos de clarineta aos 12 anos de idade. Tornou-se profissional muito cedo, passando a integrar o Quinteto Villa-Lobos em 1975 e realizando com o conjunto inúmeras apresentações no Brasil e no exterior. Sua formação musical é tão eclética quanto a sua atividade artística atual. Trilhou caminhos diferentes em bandas, grupos de música de câmara, rodas de choro, orquestras sinfônicas, entre outros. Vencedor de muitos concursos, Paulo Sérgio integrou a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no período de 1977 a 1995, na função de primeiro clarinetista.

No final da década de 80, o músico fundou, juntamente com Maurício Carrilho e Pedro Amorim, o conjunto musical O Trio. O grupo obteve dois prêmios Sharp, em 1995, nas categorias Melhor Grupo Instrumental e Melhor Disco Instrumental, com um CD gravado em Paris. No mesmo ano, Paulo Sérgio ganhou o prêmio Sharp com seu CD Segura Ele, na categoria Revelação. Atuando como professor universitário da Uni-Rio por quatro anos, também idealizou e comandou a Camerata Universidade Gama Filho, em 1997, com um trabalho totalmente dedicado a compositores brasileiros eruditos e populares.

Atualmente, Paulo Sérgio trabalha tanto em música erudita como em música popular, realizando recitais com o O Trio, o compositor e violonista Guinga, o Quinteto Villa-Lobos (quinteto de sopros) e com o novo Paulo Sérgio Santos Trio, ao lado de seu filho Caio Márcio (violão) e do baterista e percussionista Oscar Bolão.

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O Teatro da Reitoria fica na Rua XV de Novembro, 1.299. Ingressos a 5 reais.

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