Há duas semanas, estive em Campo Grande, capital do Estado do Mato Grosso do Sul, onde ocorreu um fato curioso. Na agência bancária, encontrei uma jovem de aproximadamente 27 anos que estava com dificuldade no serviço de auto-atendimento. Resolvi ajudá-la. Sanado o problema, conversamos no interior da agência por aproximadamente 15 minutos sobre a importância da doação. Agradecida, ela retirou do interior da bolsa duas revistas e falou: uma das revistas é sua, pois me ajudou. Interessante é que a revista intitulada Rosacruz (segundo trimestre de 2006, n.º 256) foi produzida em Curitiba-PR onde resido.
Li a revista na íntegra e fiquei maravilhado, muito embora já tenha lido outros livros e artigos sobre os rosacruzes. Com 56 páginas, a revista apresenta 11 tópicos: A concepção mística da prece; O rosacruz e o meio ambiente; O devir de uma gota de água; Fernando Pessoa e o ocultismo; Somos o guardião de nosso irmão; Relacionar, interagir, conviver; Os sete povos das missões; Textos de sarcófagos; Quem são realmente os rosacruzes?; Secretos mistérios; Opinião.
Na primeira página, Charles Vega Parucker, Grande Mestre, faz menção aos 50 anos da Ordem Rosacruz, Amorc-Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, na jurisdição de Língua Portuguesa, completados aos 9 de maio deste ano, localizada à rua Nicarágua, 2620, Bacacheri, em Curitiba. Parucker destaca o artigo Quem são realmente os Rosacruzes?, do Frater Peter Bindon, Grande Mestre da Jurisdição de Língua Inglesa para a Austrália, Ásia e Nova Zelândia, além de mencionar a missão dos Rosacruzes:
?É esta a nossa missão: melhorarmos o ser humano para que ele mais e mais represente e espelhe a imagem do Criador. Estamos contra a miséria, a pobreza e as mazelas dos habitantes do nosso planeta encantador. Que no presente e no futuro todos sejamos mais dignos de uma vida valorosa sob todos os sentidos. O passado está feito. Sejamos mais rosacruzes hoje e amanhã, como transmitiu o Grande Mestre Peter Bindon. Que assim seja para todo o sempre?.
A Ordem Rosacruz não é uma religião e nem tampouco uma seita, mas um movimento filosófico, iniciático e tradicional, embora aceite no interior de suas lojas membros das mais variadas confissões religiões.
A Ordem Rosacruz surgiu no século XVII nos países da Alemanha, Inglaterra e França, por intermédio de três manifestos notáveis no universo do esoterismo: Fama Fraternitatis (1614), Confessio Fraternitatis (1615), Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz (1616). Os manifestos mesclavam relatos alegóricos e históricos. Segundo Bindon ?alguns anos mais tarde, em 1623, um cartaz afixado nas ruas de Paris divulgava mais amplamente a Ordem Rosacruz. Nos séculos que se seguiram, esta Ordem sobreviveu sob diversas denominações para, finalmente, ressurgir em 1909 com o nome de Antiga e Mística Ordem Rosacruz?.
No século XVIII ocorreu estreita ligação entre a Franco-Maçonaria e a Rosacruz, preferencialmente no continente europeu. Na atualidade, algumas obediências maçônicas mantêm o grau de Cavaleiro Rosacruz, porém, a AMORC é independente da Franco-Maçonaria.
De acordo com Bindon, ?a Amorc está ligada a apenas uma organização: à tradicional Ordem Martinista, que ela apadrinha desde o início do século XX, e cujos ensinamentos se inspiram no pensamento de Louis-Claude de Saint-Martin, grande filósofo francês do século XVIII?.
Muito embora as origens históricas da Ordem Rosacruz estejam na Renascença, a herança tradicional é antiga, do Antigo Egito. Neste País existiam Escolas que agregavam pesquisadores interessados pelos mistérios da vida, daí o nome de Escolas de Mistérios.


