Odisséia sob as bênçãos do Rei

São Paulo – O Caminho das Nuvens, que estréia hoje em Curitiba, é um filme brasileiro que quer ganhar o público embalado na trilha com canções de Roberto Carlos. O Rei gostou tanto do roteiro que cedeu de graça os direitos. “Se tivéssemos de pagar os direitos das oito canções, o filme seria inviável”, diz o diretor Vicente Amorim.

Ele começou a trabalhar no projeto há quase cinco anos, quando viu na TV um quadro sobre o nordestino que saiu com a mulher e os filhos pedalando pelo Brasil. A princípio achou curioso e pensou: “Isso dá filme”. E deu. Amorim entrevistou o personagem real – Cícero Ferreira dos Santos -, e com o roteirista David França Mendes saiu numa viagem de reconhecimento pelo País, refazendo o roteiro de Cícero, que rebatizou como Romão.

Foram cinco anos, consumidos entre a preparação e a luta por recursos. No período, produziram até outro filme -o documentário 2000 Nordestes, que Amorim e França Mendes fizeram com base nas entrevistas realizadas para O Caminho das Nuvens.

Na história do longa, Romão sai com a mulher e os filhos do Nordeste rumo ao Sul Maravilha. Romão é interpretado por Wagner Moura, cada vez mais afirmando-se como um dos melhores atores de sua geração. Cláudia Abreu é sua mulher e há tempos não estava tão bem.

Roberto Carlos

Desde que começou a trabalhar no roteiro, Amorim pensava na música de Roberto Carlos. Todo mundo lhe dizia que desistisse, e ele bateu o pé: seria RC ou ninguém. Através de Barreto, Amorim fez a aproximação. Roberto pediu o roteiro e… silêncio. Passaram-se meses. Um dia veio a notícia: o Rei chorou quando leu o roteiro. A esperança voltou. Vendo o filme, entende-se a obstinação do diretor. Roberto Carlos tem a cara do Brasil, que une o País de Norte a Sul em torno de suas canções. E O Caminho das Nuvens pretende justamente isso. Discutir essa coisa, a nossa identidade como brasileiros.

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